quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Crítica: Guardiões da Galáxia Vol. 2, de James Gunn

Existem diversos motivos pelos quais o primeiro “Guardiões da Galáxia” (2014) pode facilmente ser considerado um dos melhores filmes de super-heróis dessa nova geração: o senso de humor absurdo, o divertimento no uso da trilha sonora, os personagens carismáticos, uma estética própria, etc.


E por ser um dos únicos filmes do gênero que pode ser classificado como “original”, não deixa de ser surpreendente que sua continuação seja igualmente bem sucedida em todos os sentidos, conseguindo ao mesmo tempo ser fiel ao seu antecessor e trazer elementos novos que o estabelecem como um dos melhores blockbusters do ano.

Enquanto o primeiro filme, por ser uma história de origem, era mais focado na apresentação dos personagens e na interação entre eles (e aqui é onde ele se destacava tanto!), esta sequência já é um pouco mais focada em seu protagonista (Peter Quill, vivido por Chris Pratt), e aposta em uma trama ainda mais simples do que a anterior, encontrando sua força mais uma vez nos seus personagens e em seu visual tão particular.

A direção é mais uma vez do ótimo James Gunn, que entende que por tratar-se de um filme 3D, a ação não precisa se passar apenas no primeiro plano da tela (gosto particularmente da sequência inicial de créditos, que acompanha uma longa luta que acontece toda no background), e justamente por estar trabalhando em 3D, quanto mais cores melhor.

O roteiro mais uma vez acerta por manter uma boa média de alívios cômicos eficientes, e surpreende por resgatar ideias que por já terem sido apresentadas anteriormente acabam sendo ainda mais engraçadas, como em uma piada envolvendo certo desconforto causado por uma armadura em Drax, que é citada logo no início e depois reaparece no fim: são dois momentos relativamente eficientes, mas que por terem sido apresentados como “pista” e “recompensa” nas extremidades do filme, têm seu valor cômico potencializado.


Mas não é apenas na comédia que o filme se destaca, já que demostra empatia com seus personagens, tanto com os já conhecidos como quanto com os novos (gosto muito da relação entre Drax e uma nova alienígena), conseguindo até emocionar em seu desfecho, sem precisar parecer melodramático ou apelativo.

Se beneficiando também por não interromper sua história para fazer links com os outros filmes do universo Marvel, Guardiões da Galáxia 2 pode até se prejudicar um pouco por dividir sua trama em dois núcleos e com isso deixar seu protagonista (que aqui tem importância maior) com menos tempo de tela do que o essencial, mas é um filme tão divertido e bem executado que ao final dá a impressão de ser o que todo filme de super-herói gostaria de ser.

Muito Bom!

João Vitor, 14 de Novembro de 2017.

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