sábado, 28 de fevereiro de 2015

Crítica: Johnny e June, de James Mangold

Johnny e June é um filme mediano, que mesmo trazendo um roteiro extremamente problemático, acaba valendo a pena pela sua direção e o talento de seus atores.

Começando com uma breve passagem pela infância de Johnny Cash (Joaquin Phoenix), o longa logo em seguida já pula para a adolescência do personagem, o acompanhando em sua ascensão à fama, o seu relacionamento com June Carter (Reese Witherspoon), e, posteriormente, sua luta contra as drogas.

O primeiro dos vários erros do roteiro escrito por James Mangold e Gill Dennis, é a construção do pai de Johnny, que se mostra uma figura extremamente unidimensional, que durante toda a projeção apenas profere crítica e insultos ao filho, soando muito mais repetitivo e artificial do que autoritário.

A ascensão do protagonista também é retratada de maneira falha, já que em nenhum momento fica claro o que ele fez para se diferenciar tanto e tão rapidamente. O relacionamento com a primeira esposa também é construído de maneira artificial, mas pelo menos funciona como obstáculo dramático para o relacionamento de Johnny com June.


E é exatamente aí que o filme encontra o seu ponto forte. O relacionamento dos dois protagonistas funciona muito bem, e acaba por sustentar o filme e até disfarçar levemente os erros citados acima.

June surge como uma figura carismática, reforçada pela ótima performance de Reese Witherspoon, e seu interesse por Johnny (e vice-versa) e plausível, e o roteiro finalmente acerta por se apoiar nesse romance, evitando uma narrativa unicamente episódica, que só interessaria os fãs que já conhecem a história do cantor.

Joaquin Phoenix também se destaca, tanto ao representar os vícios do personagem, quanto nas cenas de apresentações, e graças ao seu excelente trabalho, Johnny Cash não apenas agrada os seus já conquistados fãs, como se transforma em um personagem real e carismático.

A direção James Mangold acerta não apenas da direção de atores, como também cria cenas de shows empolgantes e enérgicas, utilizando músicas já conhecidas do cantor em prol da narrativa e não apenas para agradar os ouvidos.


Deixando um pouco a desejar em seu designe de produção, que perde a oportunidade de criar um visual marcante em sua reconstrução de época, Johnny e June acaba sendo um filme com vários defeitos, mas com interessantes qualidades, que consegue agradar – ainda que levemente – tantos os fã quanto os não conhecedores de Johnny Cash. E mesmo que as músicas e as atuações se mostrem mais interessantes do que a história em si, pelo menos o diretor tem consciência disso e consegue explorar ao máximo o potencial da obra – mesmo que este seja pequeno.
O. K.

João Vitor, 28 de Fevereiro de 2015

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Crítica: Era Uma Vez em Nova York, de James Grey

Era Uma Vez em Nova York é um daqueles filmes em que tudo funciona: desde as atuações impecáveis, até o impressionante designe de produção, o novo longa metragem de James Grey é, praticamente, perfeito.


Ambientado em 1921, a trama segue Ewa (Marion Cotillard) que é uma imigrante polonesa recém-chegada à América, e que depois de ter a irmã detida na Imigração devido à doença, acaba por se ver sozinha em uma cidade violenta e imprevisível. Nesse contexto entram ainda Bruno (Joaquin Phoenix), um cafetão que tenta ajudar a moça, e Orlando (Jeremy Renner), um ilusionista que acaba se apaixonando por ela e tem que lidar com o ciúme de Bruno.

A primeira coisa que chama a atenção no filme é o seu visual. O designe de produção recria com maestria os figurinos e, principalmente, o interior apertado e quente das casas da época, e a fotografia de Drius Khondji acaba por dar a tudo um tom esfumaçado, que faz com que inúmeras imagens ao longo da projeção sejam dignas de se pendurar em um quadro.

As atuações também merecem destaque, Marion Cotillard cria uma protagonista conflituosa e insegura, enquanto Joaquin Phoenix transforma seu personagem em uma figura acolhedora, ainda que violenta e imprevisível – e a cena em que ele confronta a protagonista, após esta praticar um pequeno furto, não apenas é uma aula de interpretação, como também impacta o espectador mostrando do que aquele personagem é capaz.


O roteiro, escrito por James Grey e Ric Menello, acerta em não incluir demasiados personagens secundários descartáveis, e construir o drama dos protagonistas de maneira direta e consistente, mesmo que erre por um ou outro exagero – a maneira como a personagem de Marion Cotillard repete constantemente coisas como “não mecha no meu dinheiro” ou “preciso de dinheiro pela minha irmã”, é particularmente descartável e representa um deslize em um trabalho que em outros aspectos é perfeito.


Já a direção de James Grey não erra em momento algum, trazendo uma excelente direção de atores, e uma invejável maturidade ao se manter corretamente discreto nos dois primeiros atos da projeção, deixando o destaque para o roteiro e o talento dos intérpretes. Já na transição para o terceiro ato, Grey demonstra um impressionante controle de tensão ao criar uma cena quase que insuportável de se assistir (no melhor dos sentidos, é claro), e a partir daí se dar a liberdade de criar uma narrativa muito mais rápida e tensa, com diversos momentos inesquecíveis – destaque para a perseguição passada nos esgotos da cidade, onde o cineasta não apenas cria uma cena empolgante, como ainda uma imagem extremamente marcante ao enquadrar um espancamento em contraluz.

Como um todo, Era Uma Vez em Nova York se mostra um filme único, completo, e extremamente competente, que traz atuações marcantes em um drama consistente, e ainda brinda o espectador com um plano final espetacular, que não apenas fecha a história no momento exato, como consegue ser relevante tanto estética quanto tematicamente.

Excelente!

João Vitor, 25 de Fevereiro de 2015

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Palpites Oscar 2015

A lista a seguir reúne todas as categorias do Oscar, com o possível vencedor em cada uma, junto com quem eu gostaria que vencesse e quem eu acho que não merece.

Melhor Filme:

Vai vencer: Birdman

A briga está entre Birdman e Boyhood, mas aposto no primeiro por ter levado os três principais prêmios de sindicatos (melhor filme no sindicato dos produtores, melhor direção no sindicato dos diretores, e melhor elenco no sindicato dos atores) 

Qual seria meu voto: Já que Garota Exemplar, que foi o melhor filme do ano, não foi indicado, meu voto seria em Birdman.

O Que Seria Justo: Um empate entre Birdman e Boyhood

Não merece: O Jogo da Imitação, que não deveria nem ter sido indicado.


Melhor Diretor:

Vai vencer: Richard Linklater

É possível uma vitória do Iñárritu pelo Birdman, já que ele venceu o premio mais importante até aqui (Directors Guild Award), mas pelo trabalho e dedicação de Linklater, acredito que e Academia não resistirá em premiá-lo.

Qual seria meu voto: Alejandro González Iñárritu

Não merece: Morten Tyldum, que deveria ter dado lugar à Ava Duvernay ou Damien Chazelle (se for considerar apenas os diretores indicados à Melhor Filme)


Melhor Ator:

Vai vencer: Michael Keaton

Eddie Redmayne venceu o SAG e pode ser considerado o favorito, mas como Michael Keaton está em um filme melhor e em um "renascimento" que a Academia adora reconhecer, minha aposta é nele.

Qual seria meu voto: tanto Michael Keaton quanto Eddie Redmayne merecem, mas votaria no primeiro pela superioridade do filme.

Não merece: Benedict Cumberbatch, um ótimo ator, mas que interpreta um personagem mal desenvolvido em um filme fraquíssimo. Aliás, sua vaga deveria ter sido dada ou à Jake Gyllenhaal (O Abutre) ou à David Oyelowo (Selma), que interpretam personagens fascinantes em filme infinitamente superiores.


Melhor Atriz:

Vai vencer: Julianne Moore

Uma das poucas categorias que já pode ser dada como ganha, Julianne More é uma excelente atriz que nunca foi premiada no Oscar, e oferece uma interpretação impecável em um ótimo filme.

Qual seria meu voto: Rosamund Pike, sem pensar duas vezes.

Não merece: todas estão excelentes, mas Reese Witherspoon está em filme consideravelmente mais fraco e em um papel bem mais fácil, então é a que menos merece.


Melhor Ator Coadjuvante:

Vai vencer: J. K. Simmons (crítica de Whiplash aqui)

Outra categoria que já está ganha, J. K. Simmons ganhou todos os prêmios até aqui e é impossível que não leve o Oscar também.

Qual seria meu voto: J. K. Simmons

Não merece: todos merecem muito, mesmo Robert Duvall estando em um filme infinitamente inferior que os outros concorrentes.


Melhor Atriz Coadjuvante:

Vai vencer: Patricia Arquette

Outra categoria ganha, não há chance alguma de Patricia Arquette não vencer aqui.

Qual seria meu voto: Patricia Arquette

Não merece: apesar de apenas Patricia Arquette ser a única que realmente merece, nenhuma das outras candidatas estão mal em seus papéis, mesmo que Keira Knightley e Meryl Streep estejam em filmes que deveriam ter sido ignorados, e Laura Dern tenha uma participação minúscula em seu filme, e só tenha sido indicada por interpretar uma figura trágica.


Melhor Roteiro Original:

Vai vencer: Birdman

Aqui as chances estão quase que 50/50 entre Birdman e O Grande Hotel Budapeste. Os dois filmes já vão vencer em outras categorias, e Birdman tem chances nas principais, enquanto O Grande Hotel Budapeste só vai vencer nas técnicas, então o premio de roteiro pode sair como consolação. Mas como acho que Iñárritu não leva o prêmio de melhor diretor, e corre o risco de não levar o de melhor filme também, o premio de roteiro também pode ser uma maneira da Academia reconhecer o seu trabalho, então minha aposta vai nele.

Qual seria meu voto: Birdman

Não merece: todos merecem, não haveria injustiça independente do vencedor.


Melhor Roteiro Adaptado:

Vai vencer: O Jogo da Imitação (crítica completa aqui)

Seria lamentável ver um roteiro tão problemático como o de O Jogo da Imitação levar a estatueta, mas como o filme recebeu 8 indicações e não vai ganhar em mais nenhuma outra categoria, o prêmio deve sair como consolação. Mas ainda não é impossível que o bom senso prevaleça e o prêmio acabe indo para Whiplash ou A Teoria de Tudo (que na verdade não tem um roteiro digno de prêmio, mas só pelo fato de O Jogo da Imitação não vencer já seria algo a se comemorar). 

Qual seria meu voto: Sou fã do Paul Thomas Anderson, mas como não vi Vício Inerente, votaria em Whiplash.


Melhor Filme Estrangeiro:

Vai vencer: Ida (Polônia)

Esta é sempre uma categoria difícil de se prever, mas tendo em vista a temática do filme polonês, deve ser ele a levar o prêmio, mas o sucesso e a qualidade de Leviatã (Rússia) e Relatos Selvagens (Argentina) ainda os mantém na disputa.

Qual seria meu voto: Relatos Selvagens

Também merece: Leviatã e Tangerines (Estônia)

Não merece: Ainda não vi o candidato da Mauritânia, mas todos os outros 4 merecem, mesmo Ida sendo um pouco inferior aos demais.


Melhor Animação:

Vai vencer: Como Treinar Seu Dragão 2

Qual seria meu voto: Como Treinar Seu Dragão 2

Não merece: Só vi Como Treinar Seu Dragão 2 e Operação Big Hero, e os dois merecem.


Melhor Documentário:

Vai vencer: Citizenfour

Qual seria meu voto: Não vi nenhum dos indicados, mas Citizenfour ganhou praticamente todos os prêmios até aqui, então deve levar a estatueta.


Melhor Documentário em Curta Metragem:

Vai vencer: Disque-crise para Veteranos

Qual seria meu voto: Não vi nenhum dos indicados.


Melhor Fotografia:

Vai vencer: Birdman

Emmanuel Lubezki já foi várias vezes injustiçado pela Academia, e mesmo tendo vencido ano passado, seu trabalho em Birdman é impecável e dificilmente não vai vencer.

Qual seria meu voto: Birdman

Não merece: Não vi Sr. Turner, mas todos os outros 4 merecem, por mais que seria triste ver Roger Deakins vencer seu primeiro prêmio por um filme tão problemático como Invencível.


Melhor Montagem:

Vai vencer: Boyhood

Qual seria meu voto: Whiplash, embora Boyhood também mereça muito.

Não merece: O Jogo da Imitação, embora seu trabalho de montagem não seja tão pavoroso quanto seu roteiro, ainda assim está longe de merecer prêmios, e deveria ter dado a vaga para Garota Exemplar.


Melhor Trilha Sonora:

Vai vencer: A Teoria de Tudo

Qual seria meu voto: Como as duas melhores trilhas do ano não foram sequer indicadas (Birdman e Garota Exemplar), votaria em A Teoria de Tudo, que é um bom trabalho, mas não merecia o Oscar.

Não merece: O Jogo da Imitação


Melhor Música Original:

Vencedor: Glory – Selma

Selma é um filmaço que foi injustamente ignorado em várias outras categorias, o prêmio de música vai como "consolação"

Qual seria meu voto: Glory, embora goste muito de Lost Stars (Mesmo se Nada Der Certo)

Não merece: Everything Is Awesome (Uma Aventura Lego)


Melhores Efeitos Visuais:

Vai vencer: Interestelar

Qual seria meu voto: Interestelar, mas o trabalho de motion capture de O Planeta dos Macacos: O Confronto também é impecável e merece o prêmio.

Não merece: Todos merecem.


Melhor Edição de Som:

Vai vencer: Sniper Americano

Também pode vencer: Birdman

Qual seria meu voto: Sniper Americano

Não merece: São todos bons trabalhos, mas O Hobbit: A Batalha dos 5 Exércitos é tão decepcionante que acaba não merecendo.


Melhor Mixagem de Som:

Vencedor: Whiplash

Também pode vencer: Sniper Americano

Qual seria meu voto: Whiplash

Não merece: Todos merecem, mesmo eu não sendo muito fã de Invencível.


Melhor Curta Metragem:

Vai vencer: The Phone Call

Qual seria meu voto: Não vi nenhum.


Melhor Curta Metragem em Animação:

Vai vencer: O Banquete

Qual seria meu voto: Só vi O Banquete e não achei nada de mais.


Melhor Figurino:

Vai vencer: O Grande Hotel Budapeste

Qual seria meu voto: O Grande Hotel Budapeste

Não merece: Malévola é tão ruim e esquecível que mesmo não me lembrando de seus figurinos, acho que não deveria vencer de qualquer jeito.


Melhor Design de Produção:

Vai vencer: O Grande Hotel Budapeste

Qual seria meu voto: O Grande Hotel Budapeste

Não merece: Caminhos da Floresta se passa quase que inteiro dentro da floresta e no escuro, o que prejudica o design de produção, então é o que menos merece.


Melhor Maquiagem:

Vai vencer: Guardiões da Galáxia

As chances de O Grande Hotel Budapeste vencer aqui também é muito grande, mas tendo em vista o sucesso comercial de Guardiões da Galáxia, e o fato de que O Grande Hotel já vai levar outras estatuetas, acredito que o filme da Marvel deva levar esta.

Qual seria meu voto: Gosto muito do trabalho do O Grande Hotel Budapeste e do Guardiões da Galáxia, mas votaria em Foxcatcher, um ótimo filme que não vai levar mais nada.

Não merece: Todos merecem 




quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Lista: Filmes Vistos em Janeiro - Parte 2

A lista a seguir reúne a segunda parte dos filmes que eu vi durante o mês de Janeiro, com um breve comentário sobre cada um deles, além de uma nota de 1 a 5 para cada um.
(Para ver a Parte 1 clique aqui, e para ver o Top 10 com os melhores filmes entre todo o mês clique aqui.)


Leonera – Pablo Trapero: O ritmo lento da narrativa torna o filme um pouco mais cansativo do que deveria, mas ainda assim, as fortes atuações, o excelente roteiro, e a direção marcante, o tornam, no mínimo, diferenciado. Nota: 4/5 
Sociedade dos Poetas Mortos – Peter Weir: É um filme emocionante, com questões interessantes, uma direção competente e ótimas atuações. Nota: 5/5
Violência Gratuita (2007) – Michael Haneke: Comparando com o original (o que é inevitável, levando em consideração que é quase idêntico), o filme acaba perdendo um pouco do elemento surpresa que fortalecia o antecessor, mas permite aproveitar detalhes que passam despercebidos da primeira vez, mostrando que a obra original não era tão experimental quanto parecia, além de ganhar também com a impressionante atuação de Naomi Watts e fazer algumas brincadeira com palavras que apenas o Inglês permite (por exemplo: - "How many do you need?" - "Four" - "Four? What for?" - "Excuse me?"). Nota: 5/5
O Concurso – Pedro Vasconcelos: Tudo no filme é absolutamente ruim: os personagens são caricatos e sem graça, sua estrutura é extremamente problemática e não faz nenhum sentido, e o roteiro não consegue criar nenhuma piada no mínimo razoável, conseguindo a proeza de deixar até Fábio Porchat apático. Nota: 1/5 
Barry Lyndon – Stanley Kubrick: Mais do que um estudo de personagem é um fascinante estudo de época, que destrincha o que até então era a sociedade, além de possuir uma impressionante fotografia e uma trilha sonora extremamente marcante. Nota: 5/5 
Gonzaga – De Pai para Filho – Breno Silveira: A direção tem seus momentos inspirados (destaque para o reencontro entre Gonzaga e seu pai, quando o rosto do protagonista emerge das sombras enquanto o outro vai se lembrando dele, e o momento em que o sol nascente surge entre Gonzaga e Gonzaguinha durante a reconciliação entre eles), e as cenas de músicas são extremamente bem realizadas, assim como toda a trilha sonora instrumental.
As atuações também são dedicadas e funcionam, porém o roteiro deixa bastante a desejar, se rendendo a diversos clichês e criando várias relações superficiais (o primeiro amor de Gonzaga, por exemplo, parece tão importante no início apenas para depois não exercer função narrativa nenhuma, enquanto o relacionamento dele com sua segunda esposa é extremamente rápido e não convincente).
De modo geral, se destaca de biografias como as de Cazuza, Tim Maia e Paulo Coelho, mas está longe de ser tão competente quanto 2 Filhos de Francisco, do mesmo diretor. Nota: 3/5
Bicho de Sete Cabeças – Laís Bodanzky: A direção de Laís Bodanzky, com a câmera sempre na mão, mantém um constante clima de tensão e desconforto, as músicas de Arnaldo Antunes são perfeitas e bem dosadas, e toda a parte do som é muito bem feita, fazendo com que cada barulho do hospital soe opressor. Além disso, possui uma fotografia suja e granulada que aumenta o estranhamento da narrativa, e atuações extremamente memoráveis (principalmente de Rodrigo Santoro e Othon Bastos). Nota: 5/5 
A Fita Branca – Michael Haneke: Trata-se de um filme ousado, complexo, com uma atmosfera opressora muito bem retratada pela fotografia em preto e branco, e que traz inúmera possibilidades de discussões sobre maldade e totalitarismo.
Porém, sou obrigado a dar uma nota mais baixa do que os outros trabalhos do Michael Haneke, pois este é um filme para ser admirado e discutido, porém não causa a mesma identificação de outras tramas concebidas pelo cineasta: por exemplo: em Caché - como não imaginar o que você faria se recebesse gravações suas? Em Violência Gratuita - como não se colocar no lugar do casal que se vê preso por psicopatas? Em Amor - como não imaginar como agir ao ver sua esposa cada vez mais debilitada?
E, infelizmente, A Fita Branca não causa esse tipo de questionamento e identificação, o que acaba enfraquecendo um pouco a obra como experiência cinematográfica, mesmo que ainda seja um fascinante - e pessimista - estudo sobre a natureza humana. Nota: 4/5 
Foxcatcher – Uma História que Chocou o Mundo – Bennett Miller: É um filme ótimo e extremamente marcante, que traz um bom roteiro, uma excelente direção, e um trabalho de som impecável, que utiliza de maneira exemplar os sons diegéticos para evocar sensações sem precisar apelar para uma trilha instrumental mais óbvia.
Mas, ainda assim, o filme não teria o mesmo impacto se não fosse pelas impressionantes atuações - sem exceção, mas destaque para Steve Carell que, com a ajuda da excelente maquiagem, se transforma em uma figura curiosa, mas que apenas com seu talento de ator se torna plausível e, acima de tudo, marcante.     Nota: 4/5
O Quarto do Filho – Nanni Moretti: É um filme emocionante e extremamente sensível, que traz atuações sensacionais e um interessante jogo de cores: o vermelho, como mostrado até mesmo no poster, simboliza o filho, pois é a cor de sua roupa quando é visto pela última vez vivo pela família, e após a sua morte a cor é usada para representar a sua constante presença no cotidiano dos outros personagens, principalmente no do pai, seja na roupa de um paciente, na cabeceira da cama, ou em livros na estante, e isso demostra um trabalho muito cuidadoso de Nanni Moretti e sua equipe, que conseguem fazer de uma história relativamente simples, um grande filme. Nota: 5/5 
A Árvore da Vida – Terrence Malick: É uma experiencia única, com inúmeras imagens inesquecíveis, mas que depende muito do próprio espectador.
Se você tentar encará-lo de maneira literal e buscar sentido para tudo o que vê, o filme vai se revelar frustante, porém se se deixar levar pela emoção e buscar suas próprias reflexões, a obra se mostrará, no mínimo, interessante.
Não é para todos, mas se tiver paciência vale a pena tentar. Nota: 4/5 
Biutiful – Alejandro González Iñarritu: O roteiro deixa a desejar e se estende mais do que o necessário, tornando o filme um pouco cansativo. Porém, a sempre excelente trilha de Gustavo Santaolalla, a ótima direção de Iñárritu, e a atuação dedicada e marcante de Javier Bardem, acabam por sustentar o filme e fazer dele uma obra diferenciada. Nota: 4/5
Casablanca – Michael Curtiz: Filme irretocável, perfeito em todos os sentidos, trazendo ainda inúmeras passagens memoráveis, desde o "We'll always have Paris" até o "I think this is the beginning of a beautiful friendship", o roteiro é recheado de momentos incríveis que entraram merecidamente na história do Cinema. Nota: 5/5 
Aura – Fabiàn Bielinsky: A direção tem seus momentos inspirados e as atuações são muito boas, porém o roteiro, mesmo com boas ideias, peca pelo excesso de exposição e acaba sendo muito óbvio, além de arrastado. Nota: 3/5 
O Escafandro e a Borboleta – Julian Schnabel : Filme excepcional, com um excelente roteiro, uma belíssima fotografia, e uma direção primorosa que usa de maneira inteligentíssima a câmera subjetiva, tornando a experiência ainda mais marcante. Nota: 5/5
Cinema, Aspirinas e Urubus – Marcelo Gomes: É um filme simples, mas competente, que traz excelentes atuações e acerta por apostar mais nos personagens do que na trama. Nota: 4/5
É o Fim – Evan Goldberg e Seth Rogen: O filme até certo ponto é muito engraçado e só peca ao incluir demasiados conflitos descartáveis que são logo resolvidos (como aquele envolvendo a Emma Watson, por exemplo), mas já em sua reta final opta por apostar no exagero e no nonsense e acaba decepcionando e ficando sem graça, deixando assim o resultado final extremamente irregular e um desperdício de potencial. Nota: 3/5
Dançando no Escuro – Lars von Trier: Um filme excelente, que traz atuações impecáveis, impressiona pelo seu pessimismo e, acima de tudo, é extremamente marcante. Nota: 5/5
Livre – Jean-Marc Vallée: É um filme com poucos defeitos, mas poucas qualidades também: possui uma boa direção, atuações competentes e uma ótima escolha de trilha sonora, mas erra muito no roteiro, que é esticado e melodramático. 
De modo geral, oferece uma diversão moderada enquanto dura, mas é facilmente esquecido pouco depois. Nota: 3/5 
O Grande Hotel Budapeste – Wes Anderson: Traz divertidas brincadeiras entre Cinema e Literatura, atuações marcantes, e um senso de humor invejável, além de ser um prato cheio para quem gosta de uma direção única e um visual extremamente criativo. Nota: 5/5
2001: Uma Odisseia no Espaço – Stanley Kubrick: Sem dúvidas, um dos melhores filmes de todos os tempos, não só pela influência que teve e tem até hoje, como, principalmente, pela sua ambição e coragem de discutir de maneira tão peculiar um tema tão complexo: evolução. 
Isso sem contar o brilhantismo do jogo de câmeras, a escolha de músicas, e os efeitos visuais, que funcionam perfeitamente e são usados de maneira orgânica, servindo à narrativa ao invés de só chamar a atenção. Nota: 5/5
Birdman – Alejandro González Iñarritu: Possui uma direção fantástica que, ao simular um único e enorme plano sequência durante todo o filme, não apenas cria uma ilusão fascinante para quem aprecia um bom Cinema, como também consegue ser relevante tematicamente, já que acaba lembrando a estrutura de uma peça de teatro.
Além disso, traz atuações impecáveis (o que é inevitável quando se tem nomes como Edward Norton e Naomi Watts no elenco), e um roteiro admirável, tanto pelo drama de seus personagens quanto pelo seu lado crítico e irônico.
De modo geral, é uma obra única, que merece não só ser vista e apreciada como, principalmente, questionada e discutida - e filmes assim são sempre os melhores. Nota: 5/5
Um Santo Vizinho – Theodore Melfi: Não consegue comover com seu excessivo melodrama e tampouco fazer rir pelas suas fracas piadas. 
Como um todo, é um filme extremamente irregular, que começa como comédia e termina como drama, falhando em ambas as tentativas, e só se salva do fracasso total pelo talento de seus atores (Bill Murray, mesmo prejudicado pelo fraco roteiro, consegue inserir carisma em seu personagem; Jaeden Lieberher surge como uma grande revelação e é o que mais chama a atenção no filme; Melissa McCarthy é a unica que consegue acrescentar carga dramática em sua personagem; e Naomi Watts, uma das minha atrizes favoritas, consegue estar muito bem mesmo interpretando uma caricatura pura). Nota: 2/5 
Lincoln – Steven Spielberg: Extremamente chato e arrastado, conseguindo transformar até mesmo Abraham Lincoln em uma figura aborrecida, ao tratá-lo como Mito ao invés de explorar seu lado humano. Além disso, o senso de humor do filme chega a ser vergonhoso e a obra acaba tendo como único ponto positivo sua ótima reconstrução de época e suas fortes interpretações - principalmente de Daniel Day-Lewis, que faz o que pode para sustentar o filme, mas não impede que seus 150 minutos pareçam inacabáveis. Nota 2/5 
Leviatã – Andrei Zvyagintsev: Um filme extremamente competente e impactante. A direção de Andrei Zvyagintsev acerta por ser excelente, mas discreta, deixando o destaque por conta do ótimo roteiro e as fortes interpretações. E além de bons personagens e um intenso drama, a obra ainda faz fortes críticas à corrupção e ao poder, trazendo interessantes questões que merecem ser discutidas. 
Sem dúvidas, um forte candidato ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Nota: 5/5 
Questão de Tempo – Richard Curtis: É um filme delicado e competente com um roteiro que, mesmo tendo um ou outro furo (o que é quase inevitável quando se trata de viagem no tempo), é extremamente feliz em não apelar pala melodramas ou lições de moral e sim se preocupar em estabelecer personagem com os quais realmente nos importamos, tudo isso em um ritmo leve e agradável que tornam a experiência diferenciada e prazerosa. Nota: 4/5 
Caminhos da Floresta – Rob Marshall: Possui um visual interessante (mesmo que prejudicado pelo fato de o filme se passar quase todo a noite e no meio de florestas), além de músicas competentes, e boas atuações. 
Porém o roteiro deixa muito a desejar, principalmente pelo fato de se estender por meia hora após o término da história principal em uma sub-trama chata e cansativa, fazendo com que a maior emoção que o filme acabe por trazer é o alívio da chegada dos créditos finais. Nota: 3/5
Invencível – Angelina Jolie: O roteiro erra por exagerar em clichês e caricaturas, tanto nos "japoneses malvados" quanto no "herói inigualável", além de ser arrastado e bem mais cansativo do que deveria, principalmente em seu ato final.
Ainda assim, Angelina Jolie e sua equipe conseguem construir várias cenas memoráveis (destaque para a batalha de aviões que abre a narrativa e que não é nada menos do que sensacional), e isso somado à força da história real acabam por salvar o filme e fazer valer a experiência, mesmo que esta se mostre esquecível logo depois. Nota: 3/5
Spartacus – Stanley Kubrick: Traz um arco dramático perfeito, uma reconstrução de época cuidadosa e impressionante, e mesmo que seja um pouco menos ambicioso do que os outros filmes de Kubrick (o que é compreensível, já que nesta obra ele cuidou apenas da direção) não deixa de ter o altíssimo nível de competência dos outros projetos. Nota: 5/5 

Lista: Filmes Vistos em Janeiro - Parte 1

A lista a seguir reúne uma parte dos filmes que eu vi durante o mês de Janeiro, com um breve comentário sobre cada um deles, além de uma nota de 1 a 5 para cada um.
(Para ver a Parte 2 aqui, e para ver a lista com os 10 melhores filmes vistos em todo o mês clique aqui.)

Jogos Mortais – James Wan: É um filme desconfortável, com uma direção e uma trilha sonora inspiradas, mas deixa um pouco a desejar no roteiro. Nota: 4/5 

A Primeira Noite de um Homem – Mike Nichols : Trata-se de um filme divertidíssimo, com situações inusitadas, ótimas atuações e uma direção inspirada. Nota: 5/5
A Vila – M. Night Shyamalan:  Possui algumas ideias interessantes e momentos inspirados de Shyamalan como diretor, mas de modo geral trás enormes furos de roteiro, além de ser extremamente decepcionante. Nota: 3/5
Violência Gratuita (1997) – Michael Haneke: Mesmo sendo um filme aparentemente experimental, se mostra um fascinante exercício de linguagem e traz divertidos questionamentos e brincadeiras sobre o Cinema e a ficção vs realidade. Nota: 5/5

Elefante Branco – Pablo Trapero: Um filme extremamente bem realizado, com uma direção inspirada (destaque para os impressionantes planos-sequência, em especial o que compõe o clímax da narrativa) e um excelente roteiro, que não subestima a capacidade de compreensão do espectador com diálogos expositivos ou personagens genéricos. Nota: 5/5 

Mapa Para as Estrelas – David Cronenberg : Filmes sobre filmes são sempre interessantes, e isso somado às ótimas atuações acabam por valer o filme, que de modo geral, porém, não tem muito o que acrescentar e desliza um pouco entre a sátira e o ridículo. Nota: 3/5
A Entrevista – Evan Goldberg e Seth Rogen:  Mesmo contrariando sua própria lógica em diversos momentos, ainda é um filme muito engraçado, bem sucedido, e que, de uma forma ou de outra, será lembrado por muito tempo. Nota: 4/5
Estômago – Marcos Jorge: É um daqueles filmes em que tudo funciona: o roteiro é excelente, a direção é corretíssima e não chama a atenção para si, a trilha sonora é inspirada, assim como as atuações, e o final é extremamente marcante e surpreendente. Nota: 5/5 
Abutres – Pablo Trapero: Trata-se de um filme com um ótimo roteiro e uma direção segura, que se sustenta muito mais pelos conflitos e o drama dos personagens do que pela trama em si. Nota: 4/5
Tiros em Columbine – Michael Moore: Um fascinante estudo sobre o que há de mais podre na história e cultura americana. Nota: 5/5 
Whiplash – Em Busca da Perfeição – Damien Chazelle: Crítica completa aqui.
Indiana Jones e a Última Cruzada – Steven Spielberg: É o tipo de filme que Steven Spielberg sempre acerta: uma história envolvente, um roteiro cuidadoso, e muita aventura. Além, é claro, das ótimas músicas de John Williams. Nota: 5/5 
2010 – O Ano Em Que Faremos Contato – Peter Hyams: É um filme com um bom roteiro e uma direção cuidadosa, mas acaba sendo prejudicado pela grandeza de seu antecessor, e se não fosse por este, sem dúvidas estaria fadado ao esquecimento, pois por si só não traz nada de novo. Nota: 3/5
Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos – Pedro Almodóvar: É um filme com um excelente senso de humor, um roteiro redondo e uma direção bem criativa. Nota: 4/5
Whiplash – Em Busca da Perfeição – Damien Chazelle: Crítica completa aqui.
As Duas Faces de Janeiro – Hossein Amini: A historia é bem sem graça e o roteiro é cheio de diálogos expositivos e óbvios, apesar da boa direção. Nota: 3/5
Todo Mundo Quase Morto – Edgar Wright: Possui um roteiro excelente com várias "pistas e recompensas", e uma direção segura cheia de rimas visuais e que demonstra um imenso controle ao brincar com os gêneros de comédia e de terror. Nota: 5/5
Tese Sobre Um Homicídio – Hernán Goldfrid: O roteiro é obvio em suas "pistas" e tenta em vão criar um final complexo. A direção de Hernán Goldfrid tem um ou outro momento inspirado, e mesmo se rendendo a diversos clichês, com o ajuda da ótima trilha e da atuação sempre segura de Ricardo Darín, consegue manter um constante clima de tensão de modo a tornar a experiência pelo menos agradável, ainda que decepcionante. Nota: 3/5
Na Natureza Selvagem – Sean Penn: Mesmo sendo mais longo do que o necessário, trata-se de um filme extremamente tocante, com questões que valem a pena serem discutidas, e uma trilha sonora excepcional. Nota: 4/5 
Eu e Meu Guarda-Chuva – Toni Vanzolini: É um filme extremamente competente, com uma ótima trilha sonora, e que, mesmo irregular e um pouco óbvio, diverte muito. Nota: 4/5
Relatos Selvagens – Damián Szifron: Todos os contos são sensacionais e funcionam perfeitamente bem, com um senso de humor único e ótimas atuações (destaque para Érica Rivas). Tecnicamente também é impressionante, a trilha de Gustavo Santaolala é perfeita e Damian Safron surpreende pela capacidade de criar tensão e planos visualmente incríveis e orgânicos. E acima de tudo, é um filme que consegue causar identificação até mesmo em suas ideias mais absurdas (no melhor dos sentidos), utilizando como ponto de partida acontecimentos a que todos estamos sujeitos a passar, e isso acaba tornando o desenrolar das histórias ainda mais fascinantes. Nota: 5/5 
O Homem Que Copiava – Jorge Furtado: Jorge Furtado destrói tanto na direção quanto no roteiro, no primeiro por brincar com gêneros e criar uma narrativa única e que oscila com fluência entre o drama e a comédia, e no segundo por criar diálogos espetaculares e surpreender a todo o momento com suas “pistas e recompensas”, mostrando que nada está no filme à toa. Sem dúvidas, um dos meus filmes brasileiros preferidos. Nota: 5/5
Um Conto Chinês – Sebastián Borensztein: Possui um excelente roteiro e uma direção que acerta em não se levar a sério e criar uma narrativa irreverente e divertida. Nota: 4/5
A Busca – Luciano Moura: A direção de Luciano Moura e a atuação de Wagner Moura são impecáveis, porém o roteiro deixa muito a desejar, principalmente em seus desdobramentos, o que, levando em consideração a proposta do filme (de ser mais intimista e reflexivo), é imperdoável. Nota: 3/5 
Ida – Lukasz Zal e Pawel Pawlikowski: A trama em si não é particularmente original ou inovadora, mas a parte técnica compensa por ser impecável: a fotografia opressiva em preto e branco, a razão de aspecto de 1.37:1 e a direção que sempre coloca os personagens pequenos e deslocados no quadro, fazem da obra uma experiência propositalmente incômoda e marcante. Nota: 4/5 
Os Pinguins de Madagascar – Eric Darnell e Simon J Smith: A trama deixa a desejar e seu ritmo é irregular, mas ainda assim consegue divertir com bons personagens e fazendo brincadeiras com clichês de gêneros. Nota: 3/5
Dois Dias, Uma Noite – Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne: Mesmo não sendo particularmente original ou inesquecível, trata-se de um filme honesto, humano, com atuações impecáveis (principalmente de Marion Cotillard), e uma direção excelente que, com planos sempre longos com a câmera na mão, obriga o espectador a compartilhar o cansaço e o desespero de sua protagonista. Nota: 4/5
Valente – Brenda Chapman e Marc Andrews: Se fosse da DreamWorks seria uma grande e grata surpresa, mas sendo da Pixar é impossível não se decepcionar, pois mesmo sendo um filme divertido, com bons personagens e uma história interessante, não traz nada de novo em seu drama e é até um pouco esquecível. Nota: 4/5
Cidadão Kane – Orson Welles : Perfeito em todos seus aspectos, especialmente na atuação de Orson Welles, a fotografia cheia de sombras, e a mise-en-scene, que cria uma lógica interna fascinante. Nota: 5/5
O Jogo da Imitação – Morten Tyldum: Crítica completa aqui.
Para Sempre Alice – Richard Glatzer e Wash Westmoreland: É um filme tocante, com uma atuação extremamente memorável de Julianne Moore, e um roteiro que acerta por ser discreto e não apelar para o melodrama. Nota: 4/5
O Cheiro do Ralo – Heitor Dhalia: Prova da diversidade e capacidade criativa do cinema brasileiro. Um típico filme que se for encarado de maneira literal não vai ser grande coisa, mas permitindo-se interpretá-lo de maneira mais livre, acaba se mostrando uma obra fascinante e ambígua. Nota: 4/5 
Sniper Americano – Clint Eastwood: O filme erra em retratar e se referir à todos os iraquianos como selvagens e ignorar completamente os motivos da guerra, porém a parte técnica é excelente. A direção de Clint Eastwood é capaz de criar momentos de tensão quase insuportáveis, a montagem é extremamente feliz ao alternar os períodos de servidão de Chris Kyle com sua vida pessoal, sem deixar a narrativa perder a fluidez (mesmo que uns 15 minutos a menos faria bem ao filme), e a atuação de Bradley Cooper é extremamente dedicada e competente. Nota: 4/5 
Gênio Indomável – Gus Van Sant: Se sustenta pelo excelente roteiro, ótimas atuações (destaque para o monólogo de Robin Williams) e pela direção discreta, porém competente, de Gus Van Sant. Nota: 4/5