quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Lista: Filmes Vistos em Janeiro - Parte 1

A lista a seguir reúne uma parte dos filmes que eu vi durante o mês de Janeiro, com um breve comentário sobre cada um deles, além de uma nota de 1 a 5 para cada um.
(Para ver a Parte 2 aqui, e para ver a lista com os 10 melhores filmes vistos em todo o mês clique aqui.)

Jogos Mortais – James Wan: É um filme desconfortável, com uma direção e uma trilha sonora inspiradas, mas deixa um pouco a desejar no roteiro. Nota: 4/5 

A Primeira Noite de um Homem – Mike Nichols : Trata-se de um filme divertidíssimo, com situações inusitadas, ótimas atuações e uma direção inspirada. Nota: 5/5
A Vila – M. Night Shyamalan:  Possui algumas ideias interessantes e momentos inspirados de Shyamalan como diretor, mas de modo geral trás enormes furos de roteiro, além de ser extremamente decepcionante. Nota: 3/5
Violência Gratuita (1997) – Michael Haneke: Mesmo sendo um filme aparentemente experimental, se mostra um fascinante exercício de linguagem e traz divertidos questionamentos e brincadeiras sobre o Cinema e a ficção vs realidade. Nota: 5/5

Elefante Branco – Pablo Trapero: Um filme extremamente bem realizado, com uma direção inspirada (destaque para os impressionantes planos-sequência, em especial o que compõe o clímax da narrativa) e um excelente roteiro, que não subestima a capacidade de compreensão do espectador com diálogos expositivos ou personagens genéricos. Nota: 5/5 

Mapa Para as Estrelas – David Cronenberg : Filmes sobre filmes são sempre interessantes, e isso somado às ótimas atuações acabam por valer o filme, que de modo geral, porém, não tem muito o que acrescentar e desliza um pouco entre a sátira e o ridículo. Nota: 3/5
A Entrevista – Evan Goldberg e Seth Rogen:  Mesmo contrariando sua própria lógica em diversos momentos, ainda é um filme muito engraçado, bem sucedido, e que, de uma forma ou de outra, será lembrado por muito tempo. Nota: 4/5
Estômago – Marcos Jorge: É um daqueles filmes em que tudo funciona: o roteiro é excelente, a direção é corretíssima e não chama a atenção para si, a trilha sonora é inspirada, assim como as atuações, e o final é extremamente marcante e surpreendente. Nota: 5/5 
Abutres – Pablo Trapero: Trata-se de um filme com um ótimo roteiro e uma direção segura, que se sustenta muito mais pelos conflitos e o drama dos personagens do que pela trama em si. Nota: 4/5
Tiros em Columbine – Michael Moore: Um fascinante estudo sobre o que há de mais podre na história e cultura americana. Nota: 5/5 
Whiplash – Em Busca da Perfeição – Damien Chazelle: Crítica completa aqui.
Indiana Jones e a Última Cruzada – Steven Spielberg: É o tipo de filme que Steven Spielberg sempre acerta: uma história envolvente, um roteiro cuidadoso, e muita aventura. Além, é claro, das ótimas músicas de John Williams. Nota: 5/5 
2010 – O Ano Em Que Faremos Contato – Peter Hyams: É um filme com um bom roteiro e uma direção cuidadosa, mas acaba sendo prejudicado pela grandeza de seu antecessor, e se não fosse por este, sem dúvidas estaria fadado ao esquecimento, pois por si só não traz nada de novo. Nota: 3/5
Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos – Pedro Almodóvar: É um filme com um excelente senso de humor, um roteiro redondo e uma direção bem criativa. Nota: 4/5
Whiplash – Em Busca da Perfeição – Damien Chazelle: Crítica completa aqui.
As Duas Faces de Janeiro – Hossein Amini: A historia é bem sem graça e o roteiro é cheio de diálogos expositivos e óbvios, apesar da boa direção. Nota: 3/5
Todo Mundo Quase Morto – Edgar Wright: Possui um roteiro excelente com várias "pistas e recompensas", e uma direção segura cheia de rimas visuais e que demonstra um imenso controle ao brincar com os gêneros de comédia e de terror. Nota: 5/5
Tese Sobre Um Homicídio – Hernán Goldfrid: O roteiro é obvio em suas "pistas" e tenta em vão criar um final complexo. A direção de Hernán Goldfrid tem um ou outro momento inspirado, e mesmo se rendendo a diversos clichês, com o ajuda da ótima trilha e da atuação sempre segura de Ricardo Darín, consegue manter um constante clima de tensão de modo a tornar a experiência pelo menos agradável, ainda que decepcionante. Nota: 3/5
Na Natureza Selvagem – Sean Penn: Mesmo sendo mais longo do que o necessário, trata-se de um filme extremamente tocante, com questões que valem a pena serem discutidas, e uma trilha sonora excepcional. Nota: 4/5 
Eu e Meu Guarda-Chuva – Toni Vanzolini: É um filme extremamente competente, com uma ótima trilha sonora, e que, mesmo irregular e um pouco óbvio, diverte muito. Nota: 4/5
Relatos Selvagens – Damián Szifron: Todos os contos são sensacionais e funcionam perfeitamente bem, com um senso de humor único e ótimas atuações (destaque para Érica Rivas). Tecnicamente também é impressionante, a trilha de Gustavo Santaolala é perfeita e Damian Safron surpreende pela capacidade de criar tensão e planos visualmente incríveis e orgânicos. E acima de tudo, é um filme que consegue causar identificação até mesmo em suas ideias mais absurdas (no melhor dos sentidos), utilizando como ponto de partida acontecimentos a que todos estamos sujeitos a passar, e isso acaba tornando o desenrolar das histórias ainda mais fascinantes. Nota: 5/5 
O Homem Que Copiava – Jorge Furtado: Jorge Furtado destrói tanto na direção quanto no roteiro, no primeiro por brincar com gêneros e criar uma narrativa única e que oscila com fluência entre o drama e a comédia, e no segundo por criar diálogos espetaculares e surpreender a todo o momento com suas “pistas e recompensas”, mostrando que nada está no filme à toa. Sem dúvidas, um dos meus filmes brasileiros preferidos. Nota: 5/5
Um Conto Chinês – Sebastián Borensztein: Possui um excelente roteiro e uma direção que acerta em não se levar a sério e criar uma narrativa irreverente e divertida. Nota: 4/5
A Busca – Luciano Moura: A direção de Luciano Moura e a atuação de Wagner Moura são impecáveis, porém o roteiro deixa muito a desejar, principalmente em seus desdobramentos, o que, levando em consideração a proposta do filme (de ser mais intimista e reflexivo), é imperdoável. Nota: 3/5 
Ida – Lukasz Zal e Pawel Pawlikowski: A trama em si não é particularmente original ou inovadora, mas a parte técnica compensa por ser impecável: a fotografia opressiva em preto e branco, a razão de aspecto de 1.37:1 e a direção que sempre coloca os personagens pequenos e deslocados no quadro, fazem da obra uma experiência propositalmente incômoda e marcante. Nota: 4/5 
Os Pinguins de Madagascar – Eric Darnell e Simon J Smith: A trama deixa a desejar e seu ritmo é irregular, mas ainda assim consegue divertir com bons personagens e fazendo brincadeiras com clichês de gêneros. Nota: 3/5
Dois Dias, Uma Noite – Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne: Mesmo não sendo particularmente original ou inesquecível, trata-se de um filme honesto, humano, com atuações impecáveis (principalmente de Marion Cotillard), e uma direção excelente que, com planos sempre longos com a câmera na mão, obriga o espectador a compartilhar o cansaço e o desespero de sua protagonista. Nota: 4/5
Valente – Brenda Chapman e Marc Andrews: Se fosse da DreamWorks seria uma grande e grata surpresa, mas sendo da Pixar é impossível não se decepcionar, pois mesmo sendo um filme divertido, com bons personagens e uma história interessante, não traz nada de novo em seu drama e é até um pouco esquecível. Nota: 4/5
Cidadão Kane – Orson Welles : Perfeito em todos seus aspectos, especialmente na atuação de Orson Welles, a fotografia cheia de sombras, e a mise-en-scene, que cria uma lógica interna fascinante. Nota: 5/5
O Jogo da Imitação – Morten Tyldum: Crítica completa aqui.
Para Sempre Alice – Richard Glatzer e Wash Westmoreland: É um filme tocante, com uma atuação extremamente memorável de Julianne Moore, e um roteiro que acerta por ser discreto e não apelar para o melodrama. Nota: 4/5
O Cheiro do Ralo – Heitor Dhalia: Prova da diversidade e capacidade criativa do cinema brasileiro. Um típico filme que se for encarado de maneira literal não vai ser grande coisa, mas permitindo-se interpretá-lo de maneira mais livre, acaba se mostrando uma obra fascinante e ambígua. Nota: 4/5 
Sniper Americano – Clint Eastwood: O filme erra em retratar e se referir à todos os iraquianos como selvagens e ignorar completamente os motivos da guerra, porém a parte técnica é excelente. A direção de Clint Eastwood é capaz de criar momentos de tensão quase insuportáveis, a montagem é extremamente feliz ao alternar os períodos de servidão de Chris Kyle com sua vida pessoal, sem deixar a narrativa perder a fluidez (mesmo que uns 15 minutos a menos faria bem ao filme), e a atuação de Bradley Cooper é extremamente dedicada e competente. Nota: 4/5 
Gênio Indomável – Gus Van Sant: Se sustenta pelo excelente roteiro, ótimas atuações (destaque para o monólogo de Robin Williams) e pela direção discreta, porém competente, de Gus Van Sant. Nota: 4/5

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