domingo, 20 de dezembro de 2015

Lista: Filmes Vistos em Maio

A lista a seguir reúne os filmes que eu vi durante o mês de Maio, com um breve comentário sobre cada um deles, além de uma nota de 1 a 5 para cada um.

Viver a Vida – Jean-Luc Godard: Dos que vi até agora do Godard, acho que este foi o que mais gostei, filme excelente, muito bonito e poético. Nota: 5/5

Jack – Francis Ford Coppola: Erra por apostar no baixo potencial cômico da trama, soando sem graça e se sustentando apenas pelo seu lado dramático, que mesmo não explorado, representa um toque interessante para o filme. Nota: 3/5

Os Idiotas – Lars von Trier: A curiosa premissa acaba sustentando o filme, que de modo geral se mostra raso em seu desenvolvimento, e os constantes e propositais erro técnicos, como a aparição do microfone e até mesmo do câmera, soam mais como uma maneira de chamar a atenção do que uma contribuição para a narrativa. Nota: 3/5

Hannah e Suas Irmãs – Woody Allen: Filme maravilhoso, um dos melhores do Woody Allen, com personagens complexos e fascinantes reflexões sobre a vida, tudo isso com toques de humor característico do cineasta. Nota: 5/5

Zuzu Angel – Sergio Rezende: A atuação central de Patricia Pillar é excelente, e isso somado aos excelente figurinos (reparem, por exemplo, como Zuzu muitas vezes está com roupas elegantes, mas que não chamam demais a atenção para si, e após saber do desaparecimento de seu filho, passa a usar roupas mais escuras e discretas) e à força da história real, acabam gerando um resultado na média, mas ainda assim, poderia ter sido muito melhor se o roteiro não se rendesse a diálogos absurdos e desenvolvesse a trama de maneira menos burocrática. Nota: 3/5

Borat – Larry Charles; Ainda que ao ficar alternando cenas roteirizadas com "pegadinhas" a estrutura da narrativa soe um pouco episódica e irregular, o filme é absurdamente engraçado, trazendo uma performance espetacular de Sacha Baron Cohen, e mais do que tudo, fazendo ainda uma forte e relevante crítica ao conservadorismo e à xenofobia norte-americana. Nota: 4/5

De Volta Para o Futuro 2 – Robert Zemeckis: Perfeito, assim como seu antecessor. Talvez o maior trunfo do filme seja não apenas ter um roteiro sensacional, como ainda brincar e reaproveitar momentos geniais do primeiro episódio. Nota: 5/5

Depois de Horas – Martin Scorsese: Ainda que tenha achado o final um pouco decepcionante, o filme me conquistou pela sua energia (marca registrada do Scorsese) e seu humor negro, que cria uma narrativa única e inesquecível. Nota: 4/5

Mad Max – George Miller: É impressionante que este seja o filme de estréia do George Miller, pois ele demonstra um total controle da narrativa, em especial nas cenas de ação, e deixa claro que sabe o que quer desde o início. Além disso, o roteiro também é ótimo, e corajoso por apostar no desenvolvimento do personagem e na criação do mundo distópico, usando a ação mais como complemento. Nota: 4/5

Bruno – Larry Charles: Assim como Borat, este filme traz momentos absurdamente engraçados e uma interessante crítica ao "American Way of Life", mas sua estrutura que alterna cenas roteirizadas com "pegadinha" se mostra ainda mais irregular do que no primeiro filme, e isso somado ao fato de que, ao contrário de Borat, nem todas as piadas funcionam tão bem, faz com que o filme seja uma experiência que deixa um pouco a desejar pelo desperdício de potencial, mas que ainda vale muito a pena. Nota: 3/5

Cópia Fiel – Abbas Kiarostami: Um filme que particularmente não me conquistou, mas sua estrutura narrativa é, no mínimo, original. Nota: 3/5

Jogo de Cena – Eduardo Coutinho: Além dos maravilhosos depoimentos que consegue extrair de seus entrevistados, Coutinho traz ainda interessantes questionamentos sobre a não-ficção vs ficção, e nos mostra que qualquer história, se bem contada, pode emocionar. Nota: 5/5

E Aí, Meu Irmão, Cadê Você – Joel e Ethan Coen: Filme que transborda estilo, e que traz um roteiro inteligente e com um afinado senso de humor, que mesmo soando um pouco estranho no início, consegue se encontrar conforme a trama avança e garantir uma experiência única e divertida. Nota: 4:5

MASH – Robert Altman: Filme único, com um divertido e particular senso de humor, e que acerta em não apostar em uma trama mais convencional e sim em sucessões de momentos marcantes. Nota: 4/5

Quando a Noite Cai em Bucareste ou Metabolismo – Corneliu Porumboiu: Traz algumas ideias metalinguísticas interessantes, mas só. Nota: 3/5

Coração Satânico – Alan Parker: Filmaço, daqueles que você termina querendo assistir de novo. Alan Parker demonstra um total controle da narrativa, oscilando com segurança entre o suspense policial e o terror, e além disso, o filme traz ainda performances marcantes de todo o elenco, em especial de Mickey Rourke, que fornece uma atuação central impecável. Nota: 5/5

O Homem que Matou o Facínora – John Ford: Além da ótima direção e dos ótimos personagens, o filme consegue trazer relevantes questionamentos e uma interessante trama política. Nota: 5/5

Quarteto Fantástico – Tim Story: Se rende à inúmeros clichês e não consegue nem estabelecer personagens carismáticos para o início de uma franquia. Nota: 2/5

Blow Up – Depois Daquele Beijo – Michelangelo Antonioni: Filme instigante que tira o espectador de sua zona de conforto, e que vai melhorando conforme submetido à questionamentos e interpretações. Nota: 4/5

A Outra – Woody Allen: Acredito que este seja o trabalho mais triste do Woody Allen, sendo um compilado de tudo o que há de pior na vida: traição, rancor, arrependimento, ódio, inveja, etc. Nota: 4/5

A Imagem que Falta – Rithy Pahn: Ótimo filme, muito poético e sensível. Me lembrou um pouco "Elena" (2012, Petra Costa). Nota: 4/5

Dogville – Lars von Trier: Filme excelente, que traz um retrato de tudo o que há de pior na natureza humana, e que obriga o espectador a reconhecer o seu próprio lado sádico. Nota: 5/5

Madame Satã – Karim Ainouz: Ótimo filme, com uma performance impecável de Lázaro Ramos e uma excelente reconstrução de época. Nota: 4/5

Deus Branco – Kornél Mundruczó: Filme alegórico, muito bem conduzido e marcante. Nota: 4/5

O Rei da Comédia – Martin Scorsese: Possui um humor negro peculiar e ótimas atuações, mas ainda assim, está entre os mais fracos do Scorsese. Nota: 3/5

Nashville – Robert Altman: Apesar da excelente construção de clima e das ótimas músicas, os personagens e a trama não conseguiram me conquistar. Nota: 3/5

Mad Max 2: A Caçada Continua – George Miller: Tão bom quanto o primeiro. Enquanto o outro era um filme mais focado em roteiro, com uma cuidadosa construção de personagem e excelentes cenas de ação como bônus, esta sequência já é mais focada na ação, mas com um ótimo roteiro como bônus. Nota: 4/5

Querida, Vou Comprar Cigarros e Já Volto – Gastón Duprat e Mariano Cohn: No começo o filme parece meio perdido e só se sustenta pela curiosa premissa, mas no decorrer da projeção os diretores se encontram de maneira impressionante, e o filme sobe absurdamente de qualidade, com um senso de humor único e inúmera situações marcantes. Nota: 4/5

De Pernas Pro Ar – Roberto Santucci: Fico me perguntando como alguém lê um roteiro desses e acha que pode funcionar... Nota: 2/5

O Grande Golpe – Stanley Kubrick: Acho uma pena que este filme dificilmente seja citado entre os melhores do Kubrick, pois é absolutamente perfeito em todos os aspectos. Nota: 5/5

O Invasor – Beto Brant; Filmaço! Prova de que é possível fazer um bom cinema de gênero no Brasil. Nota: 5/5

Mad Max 3: Além da Cúpula do Trovão – George Miller: Acredito que este seja o filme mais fraco da série. Está longe de ser ruim, mas enquanto o primeiro era um filme de desenvolvimento de personagem com ótimas cenas de ação como bônus, o segundo já era um ótimo filme de ação, com ótimos personagens como bônus. Já este, é um bom filme de ação, e só. Nota: 3/5

A Estrada da Vida – Federico Fellini: Dos que vi até agora, este foi o trabalho do Fellini que mais me agradou. Talvez pelo seu "quê" de Chaplin, que somado à poesia na narrativa e o excelente final, formam um filme único. Nota: 5/5

Um Método Perigoso – David Cronenberg: As atuações são ótimas e a reconstrução de época também, mas a trama é extremamente desinteressante e soa como um desperdício de potencial. Nota: 3/5

O Labirinto do Fauno – Guillermo del Toro: Filme perfeito em todos os sentidos. Traz inúmeros momentos marcantes e aterrorizantes, tanto pela sua mitologia fantástica como pela sua realidade cruel e brutal. Além disso, traz ainda um final impecável, que não apenas emociona, como deixa espaço para o espectador pensar e fazer suas próprias interpretações. Nota: 5/5

Alice no País das Maravilhas – Tim Burton: Visualmente o filme é impecável e fascinante, mas assim como na animação original, a trama é extremamente desinteressante e episódica, o que compromete toda a narrativa. Nota: 3/5

Crepúsculo dos Deuses – Billy Wilder: Que filmaço! Daqueles que vão direto para os favoritos. Um verdadeiro presente para qualquer cinéfilo, e também o melhor filme sobre filmes que eu já vi. Nota: 5/5

Mad Max: Estrada da Fúria – George Miller: Disparado o melhor da série. Os personagens podem até deixar um pouco a desejar em relação aos filme anteriores, mas a trama é perfeita e acertadamente simples, e as cenas de ação são de tirar o fôlego, e entram facilmente para as mais empolgantes do Cinema. Nota: 5/5

Fim dos Tempos – M. Night Shyamalan: Filme tão ruim que chega a ser risível. Os personagens são unidimensionais e desinteressantes (as atuações também não ajudam), e o filme possui um sério problema de tom, além de vários outros erros que Shyamalan parecia incapaz de cometer no começo de sua carreira em Hollywood. Nota: 1/5

Onde Vivem os Monstros – Spike Jonze: Lindo filme, muito delicado e sensível, além de possibilitar várias interpretações. Mais um grande trabalho de Spike Jonze, pena que sua carreira seja tão curta. Nota: 4/5

Querida Wendy – Thomas Vinterberg: Uma interessante e competente mistura de "Elefante" com "Clube da Luta", com algumas pitadas de Western. Nota: 4/5

Super 8 – J. J. Abrams: Filme muito divertido e bem dirigido, lembra bastante o estilo dos filme do Spielberg (que produziu o filme), mas em nenhum momento soa como cópia. Nota: 4/5

O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford – Andrew Dominik: Filme impecável! Além da excelente direção e das marcantes atuações, o filme traz ainda a melhor fotografia já feita por Roger Deakins (o que levando em consideração sua invejável carreira, é um grande mérito). Nota: 5/5

Cidade Baixa – Sérgio Machado: É um bom filme, com excelentes atuações, e um roteiro que acerta em apostar nos personagens e não tanto na trama. Nota: 3/5

Simplesmente Alice –Woody Allen: Uma das coisas que eu mais admiro no Woody Allen, além da impressionante quantidade de filmes excelentes que ele fez, é sua capacidade de inovar a maneira de contar suas histórias, e aqui, além de um ótimo estudo de personagem, ele traz vários elemento narrativos novos (destaque para os remédios mágicos) e cria uma narrativa única e marcante. Nota: 4/5

Broadway Danny Rose – Woody Allen: Ótimo filme! Só não está entre os melhores do Woody Allen porque sua carreira é recheada com inúmeras obras-primas. A trama é simples, mas extremamente tocante, assim como os personagens, e a fotografia em preto e banco é linda. Nota: 4/5

Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet – Tim Burton: Filme que me surpreendeu muito, e se não for o melhor do Tim Burton, é pelo menos Top 3. O designe de produção é impecável e marcante, e a fotografia quase sem cores serve não apenas para reforçar a sujeira dos ambientes, como também para dar um lindo contraste com o vermelho do sangue. Aliás, este é um dos poucos filmes em que Burton investe em uma violência mais gráfica e pesada, e não apenas em um clima de tensão. O diretor também acerta por incluir coreografias mais discretas para as músicas, evitando uma narrativa mais teatral, ainda que as melodias não sejam particularmente marcantes. Mas o que realmente diferencia demais o filme é seu desfecho, que além de surpreendente, é tematicamente preciso e brutal, e serve como a cereja do bolo. O único erro do filme é a subtrama envolvendo um amor juvenil, que não apenas é mal desenvolvida, como destoa do resto da narrativa, mas nada que chegue atrapalhar muito o resultado final, que é excelente. Nota: 5/5

Kill Bill 2 – Quentin Tarantino: Assim como o primeiro volume, o filme é muito marcante e competente, ainda que empalideça perto de filmes como Pulp Fiction ou Bastardos Inglórios. Aqui, a violência não é tão exagerada quanto no volume 1, e ainda que a narrativa tenha um ritmo um pouco mais lento, os momentos mais exagerados pontuais são, consequentemente, mais competentes, e o filme traz o que, para mim, é o melhor capítulo da obra (Elle e Eu). Nota: 4/5

Hellboy 2: O Exército Dourado – Guillermo del Toro: A criatividade e a capacidade visual de Guillermo del Toro são impressionantes, e aqui, assim como no primeiro volume, ele cria um universo fascinante e uma narrativa empolgante com um senso de humor muito bem dosado. O único problema, é que a trama é bem simples e previsível, mas os personagens são tão fascinantes e o visual tão deslumbrante, que mal dá para perceber. Nota: 4/5

Madagascar – Eric Darnell e Tom McGrath: Não sou muito fã do senso de humor mais exagerado da Dreamworks, mas aqui ele funciona muito bem, e o filme entra facilmente entre as melhores animações deles. A trama é simples, mas funciona, e os personagens são muito carismáticos, garantindo uma grande diversão. Nota: 4/5

A Paixão de Cristo – Mel Gibson: Não sou cristão, e é difícil avaliar o filme sem levar em consideração as questões religiosas, mas vou tentar: não tenho problema com violência mais gráfica, mas devo admitir que aqui esta não é utilizada em favor da narrativa, e apenas como uma forma de chocar o espectador (a tortura está presente na história original e não acho que deveria ser ignorada, mas preencher mais da metade do filme com cenas de espancamento soa completamente gratuito). O filme também erra por não trazer desenvolvimento de personagem algum, pois presume que o espectador já os conhece, um erro imperdoável. E não vou nem entrar na questão de o filme mostrar os judeus como os principais responsáveis pela morte de Cristo, o que levando em consideração o antissemitismo declarado do Mel Gibson é praticamente impossível de ignorar. Nota: 2/5

O Garoto da Bicicleta – Jean-Pierre e Luc Dardenne: Pode não ser o melhor dos Dardenne (principalmente pela leve unidimensionalidade dos personagens), mas ainda é ótimo, recheado de situações que despertam identificação, e extremamente bem dirigido. Nota: 4/5

As Melhores Coisas do Mundo – Laís Bodanzky: Filme que me surpreendeu muito. Ele começa meio lugar comum, mas conforme avança, demonstra que sempre soube o que estava fazendo, e acerta por não incluir um grande conflito previsível para ser resolvido no final, e apostar em pequenas situações triviais, que formam uma narrativa extremamente agradável e delicada. Nota: 5;5

Carros 2 – John Lasseter: É, sem dúvidas, o mais fraco da Pixar, mas não acho que chegue a ser um desastre. Funciona como uma homenagem aos filmes de espionagem, e traz elementos novos interessantes ao fascinante universo criado no primeiro filme, ainda que a trama seja tola, e os personagens, ainda que carismáticos, unidimensionais. Nota: 3/5

Operação Valquíria – Bryan Singer: Bryan Singer consegue manter um constante clima de tensão durante toda a narrativa, e a reconstrução de época do filme é impecável. Ainda assim, a trama só se sustenta porque a história real é muito interessante, pois o roteiro é extremamente falho e arrastado, sem contar que ouvir Hitler falando em inglês com seus oficiais apenas lembra o espectador que ele está vendo um filme, impedindo um maior envolvimento. Nota: 3/5

Bronson – Nicolas Winding Refn: Visualmente o filme é interessante, e a atuação central do Tom Hardy é espetacular (e lembra bastante a interpretação de Robert De Niro no Rei da Comédia do Scorsese, aliás, o filme faz diversas referências e lembra bastante esse filme do Scorsese). Mas o roteiro peca muito, e a direção de Nicolas Winding Refn, ainda que estilosa, dá ao filme um ritmo extremamente irregular, fazendo com que a obra soe como um desperdício de potencial. Nota: 3/5

Ex Machina – Alex Garland: Gostei muito do filme, além das atuações impecáveis e da belíssima e fria fotografia, a narrativa possui um constante clima de suspense, deixando o espectador sempre desconfiado de tudo. O único pequeno defeito é o final, que na verdade é ótimo, mas soa um pouco decepcionante, pois durante toda a projeção o clima vai ficando mais e mais tenso, mas no terceiro ato isso para, e o filme fica na mesma nota por um tempo, e por mais que tematicamente seja coerente, o desfecho parece que fica aquém do esperado. Nota: 4/5

O Falcão Maltês – John Huston: A importância desse filme é indiscutível, e além disso, ele é muito bem dirigido e traz vários personagens interessantes. Ainda assim, devo admitir que não gostei nem um pouco da trama, que me soou desinteressante e arrastada, me impedindo de me envolver com o filme. Por esse motivo, dou um nota mais baixa do que a média. Nota: 3/5

Clube dos Cinco – John Hughes: É um filme divertido, muito bem roteirizado e dirigido, e que traz personagens carismáticos. Nota: 4/5

Anticristo – Lars von Trier: Esteticamente, este é o melhor trabalho do Lars von Trier, e além disso, o filme traz uma narrativa extremamente incômoda e desconfortável, com algumas cenas quase impossíveis de se assistir. Em relação aos simbolismos e interpretações, o filme traz um interessante espaço para discussões, sendo que nenhuma versão é completamente certa. Talvez o mais interessante de se discutir seja o significado dos animais: a raposa (que acredito representar o espírito do Homem), o cervo (que deve representar como Ele se vê) e o corvo (que possivelmente representa seus instintos). Nota: 4/5

O Bebê de Rosemary – Roman Polanski: Grande filme! Extremamente bem dirigido e escrito. É impressionante como sem apelar para nenhum susto, a narrativa cria um incrível clima de tensão e mantém o spectador grudado na tela até o último segundo. Nota: 5/5

Zumbilândia – Ruben Fleischer: Trata-se de um filme muito divertido e que se diverte junto com o espectador, criando uma narrativa única e precisa do primeiro ao último segundo, e por mais que apele para alguns sustos fáceis para tentar se validar como filme de zumbi de terror, como um todo vale muito a pena. Nota: 4/5

Sonata de Outono – Ingmar Bergman: Acho uma pena que este filme dificilmente seja citado entre os melhores do Bergman, pois é simplesmente impecável. E mais do que isso, é um filme que resume muito bem uma grande parte da influência que o diretor tem sobre muitos outros cineastas. É possível ver aqui muitas coisas que foram utilizadas de maneira diferente em filmes posteriores, talvez um dos exemplos mais claros seja o "Festa de Família", do Thomas Vinterberg. Nota: 5/5

Chappie – Neill Blomkamp: O filme tem ótimos momentos, e consegue divertir bastante com seu senso de humor. Mas, infelizmente, Neill Blomkamp parece se sentir obrigado a inserir relevantes questões sociais em seus filmes, e o que funcionava tão bem em Elysium e Distrito 9, não funciona tão bem aqui, deixando o filme irregular e indeciso, além de arrastado. Nota: 3/5

O Sétimo Continente – Michael Haneke: Sou muito fã do Michael Haneke, que para mim é possivelmente o diretor europeu mais interessante em atividade. E em "O Sétimo Continente", seu filme de estreia no cinema, já podemos reparar muito do que viria a diferenciar tanto suas obras posteriores, principalmente em relação ao seu pessimismo. Mas ainda assim, acredito que este seja, ao lado de "Código Desconhecido" (2000) seu filme mais fraco. Está muito longe de ser ruim, é marcante e único, mas conhecendo sua filmografia é impossível não se decepcionar, principalmente pelo ritmo irregular e até um pouco episódico da narrativa. Nota: 4/5

O Desprezo – Jean-Luc Godard: A narrativa do filme é única e poética, e suas cores são deslumbrantes, sem contar que filmes que falam sobre filmes são sempre interessantes. Não acho que seja o melhor do Godard ("Acossado" e "Viver a Vida" ainda são meus favoritos), mas é, no mínimo, um dos melhores. Nota: 4/5

O Abrigo – Jeff Nichols: Ótimo filme! Mantém o espectador grudado na tela até o último segundo, e ainda traz atuações memoráveis, uma direção segura, e um roteiro que não apenas desenvolve personagens complexos com fluência, como também traz um ótimo desfecho, tematicamente preciso, e aberto para discussões. Nota: 4/5

Pietá – Kim Ki Duk: Visualmente o filme é excelente, e a direção também não deixa a desejar. Mas em relação ao roteiro, o filme se mostra extremamente decepcionante, pois ainda que traga ótimas ideias e um desfecho marcante, erra feio ao tentar incluir críticas e discussões durante a trama, já que em nenhum momento parece estar interessando em desenvolvê-las e discuti-las, fazendo com que soem gratuitas e vazias. Nota: 3/5

Praia do Futuro – Karim Ainouz: Filme excelente, impecável! Acredito que seja o melhor trabalho do Karim Ainouz (que tem uma bela e consistente carreira), pois não apenas traz personagens marcantes e complexos em uma trama extremamente sensível, como ainda tem um visual arrebatador, explorando com inteligência as locações, e criando um interessante contraste entre o calor acolhedor da praia e a frieza chuvosa da Alemanha. Isso sem contar as atuações (destaque, como sempre, para Wagner Moura), que estão impecáveis. Nota: 5/5

Dente Canino – Yorgos Lanthimos: Filme único, com um excelente roteiro e uma narrativa recheada de um humor completamente particular. Não é para todos, mas para quem gosta de uma experiência atípica, é um prato cheio. Nota: 4/5

A Fantástica Fábrica de Chocolate – Tim Burton: Acho que este é um dos melhores trabalhos do Tim Burton. É onde ele demonstra a maior segurança e precisão em relação ao que quer, e cria uma narrativa única e marcante, com um ótimo designe de produção e um roteiro divertido, que acerta por brincar com clichês ao invés de leva-los a sério, ainda que isso comprometa um pouco o peso dramático da obra. Nota: 4/5

De Tanto Bater, Meu Coração Parou – Jacques Audiard: A trama não é particularmente marcante, ainda que funcione, mas a atuação central é impecável, assim como a direção, que dá um ritmo inquieto à narrativa, fazendo o espectador se sentir exatamente como o protagonista, sempre agitado. Nota: 4/5

Rashomon – Akira Kurosawa: Merecidamente, um clássico! E um daqueles clássicos que não apenas são importantes, como também são gostosos de ver, extremamente bem dirigido e com uma trama que te prende e faz pensar do primeiro ao último segundo. Nota: 5/5

Casa Grande – Fellipe Gamarano Barbosa: Filme excelente, irretocável. As atuações são perfeitas, assim como a direção, e além disso, o roteiro traz um relevante comentário social, propondo discussões interessantes e fazendo o espectador refletir. Nota: 5/5

A Grande Vitória – Stefano Capuzzi Lapietra: O primeiro ato, assim com os minutos finais, são um desastre completo, e o filme ainda é mal dirigido e se rende a vários clichês. Pelo menos, as ótimas atuações (com algumas exceções, é claro) e uma ou outra boa ideia, acabam enrolando bem e sustentando um pouco o filme. Nota: 2/5

O Pagador de Promessas – Anselmo Duarte: Grande filme! Possui uma narrativa extremamente agradável e com um senso de humor muito bem dosado, e além disso, traz um relevante e crítico comentário social, que fala muito sobre a sociedade da época. Nota: 5/5

A Culpa é Sua – Anahí Berneri: As atuações são boas e o filme é bem dirigido, mas acaba soando desnecessariamente incômodo e o roteiro deixa bastante a desejar, principalmente por não mostrar interesse nenhum em sua trama, deixando tudo por conta do espectador. Nota: 3/5

Quando os Homens São Homens – Robert Altman: A fotografia é deslumbrante, e a trilha sonora, ainda que discreta, é linda. Mas ainda assim, a demasiada frieza da narrativa me impediu de me envolver com a trama e os personagens, comprometendo bastante a experiência (com exceção do clímax, que é impecável). Nota: 3/5

O Encouraçado Potemkin – Sergei M. Eisenstein: Filme impressionante, possivelmente um dos primeiros grande filmes da história. Extremamente bem dirigido e montado, com uma narrativa inesquecível e brutal, além de historicamente relevante. Nota: 5/5

Mr. Vingança – Chan-wook Park: A direção de Park Chan Wook é impecável, criando inúmeros planos inesquecíveis, além de uma violência extremamente chocante, mas nunca gratuita. O filme é ótimo e marcante, ainda que talvez seja o menos interessante da Trilogia da Vingança, principalmente pelo seu ritmo um pouco mais lento. Nota: 4/5

Piratas do Caribe: No Fim do Mundo – Gore Verbinski: Gosto muito do universo da série, e aqui ele é ainda mais explorado do que nos filmes anteriores. Mas ainda assim, até aqui, este é o filme mais fraco da série. Está longe de ser ruim, mas o roteiro deixa um pouco a desejar, principalmente pelo excesso de personagens e pela trama com demasiadas reviravoltas, sendo que algumas não são tão bem explicadas, o que deixa o espectador um pouco confuso em alguns momentos. Nota: 4/5

O Prisionero da Grade de Ferro – Paulo Sacramento: Não deixa de soar um pouco prepotente e repetitivo em alguns momentos. Ainda assim, é um filme que traz interessantes e relevantes discussões, e que é muito bem dirigido. Nota: 4/5

Ponte Aérea – Julia Rezende: Mesmo abusando das passagens musicais (que são bem executadas, mas soam repetitivas), o filme é muito competente, trazendo uma incrível sensibilidade e belas atuações. Nota: 3/5

Marcas da Violência – David Cronenberg: Dos que vi até agora, este é o melhor trabalho do David Cronenberg, com excelente atuações e uma trama envolvente, ainda que a segunda metade da trama seja um pouco decepcionante em relação à primeira. Nota: 4/5

À Leste de Bucareste – Corneliu Porumboiu: Acho que para quem é romeno talvez seja bem interessante, mas para quem não conhece a história, acaba sendo um filme um pouco arrastado e desinteressante, ainda que o senso de humor seja afinado e bem dosado. Nota: 3/5

Terça Feira, Depois do Natal – Radu Muntean: Ótimo filme, que acerta por apostar no desenvolvimento dos complexos personagens ao invés da trama, que é acertadamente simples. Nota: 4/5

O Homem ao Lado – Gastón Duprat e Mariano Cohn: Virei fã desta dupla de diretores. Já havia gostado muito do "Querida, Vou Comprar Cigarros e Já Volto", mas gostei ainda deste trabalho anterior, "O Homem ao Lado", que além de uma narrativa extremamente agradável e bem humorada, traz ainda personagens carismáticos e um relevante comentário social, que acerta por ser discreto e não soar demagogo. Nota: 4/5

Eu Matei Minha Mãe – Xavier Dolan: Gostei bastante. Não é um grande filme, mas é muito competente, bem dirigido e com um uso inteligente da música conversando com a montagem. Nota: 4/5

Polytechnique – Denis Villeneuve: Denis Villeneuve é para mim uma das melhores coisas que surgiram no cinema nos últimos anos, e Polytechnique pode até deixar um pouco a desejar em relação aos seus próximos trabalhos, mas ainda é um filme ótimo, com uma fotografia deslumbrante e uma direção segura, que cria uma narrativa envolvente e marcante. Nota: 4/5

O Crocodilo – Nanni Moretti: É um bom filme, com um afinado senso de humor, mas que dá a impressão de ser longo demais e um pouco perdido. Nota: 3/5

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