terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Lista: Filmes Vistos em Outubro

A lista a seguir reúne os filmes que eu vi durante o mês de Outubro, com um breve comentário sobre cada um deles, além de uma nota de 1 a 5 para cada um.

Ó Paí, Ó – Monique Gardenberg: O excesso de personagens impede um envolvimento emocional do espectador, e o filme soa sem rumo e esquecível, só se salvando do fracasso pelo bom uso da música. Nota: 2/5

Monstros – Gareth Edwards: Gostei bastante, consegue ser bem intimista e trabalhar muito bem dentro das possibilidade sobre o que realmente aconteceria na Terra após uma invasão alienígena. Nota: 4/5

Busca Implacável – Pierre Morel: Tem vários problemas, como a ausência quase que completa de sangue nas sequências de ação, o que de certa forma banaliza a violência, mas ainda assim diverte bastante, trazendo uma direção segura e um roteiro que funciona mesmo não sendo particularmente inovador. 
Uma ótima escolha para quem está a fim de ver um filme de ação. Nota: 3/5

Quebrando o Tabu – Fernando Grostein Andrade: Os entrevistados trazem algumas ideias interessantes e os dados são indiscutivelmente reveladores, mas o filme em si não é particularmente inovador, adotando uma estrutura bem formulaica e repetitiva. Nota: 3/5

Perdido em Marte – Ridley Scott: Curti bastante. Uma ficção científica de alta qualidade. É particularmente interessante como o filme consegue trazer várias explicações científicas sem soar complicado demais, ainda que eu ache que a duração pudesse ter sido um pouco menor.
Em relação ao 3D, ele enfrenta um sério problema: o fato do filme se passar muito no escuro, e de fato essas cenas ficam bem difíceis de se ver, mas pelo menos nos planos mais abertos e, principalmente, nos momentos passados em gravidade zero, a tecnologia é utilizada de maneira consciente, gerando uma experiência interessante para o espectador. Nota: 4/5

Inferno Nº 17 – Billy Wilder: Billy Wilder nunca decepciona, mais um filme seu recheado de personagens complexos e uma narrativa única, que mantém o espectador vidrado até o último segundo. Nota: 5/5

Os Infratores – John Hillcoat: Tem boas ideias e uma reconstrução de época excelente, mas o roteiro deixa bastante a desejar: o personagem do Guy Pearce, por exemplo, é uma caricatura pura, e as tentativas do filme de ser um drama familiar, meio que ao estilo do Poderoso Chefão, são falhas e indecisas, dando à narrativa um tom bem incerto. Nota: 3/5

Doméstica – Gabriel Mascaro: O filme tem um ponto de vista que é muito importante de ser mostrado, mas não se preocupa em criar uma narrativa interessante, e não consegue fazer o espectador se importar com os indivíduos que ele mostra. Nota: 3/5

O Expresso Polar – Robert Zemeckis: Se tem uma coisa que o Robert Zemeckis faz como ninguém, é mergulhar o espectador em suas narrativas, e aqui não é diferente, o filme tem pelos menos três sequências eletrizantes e inesquecíveis. O roteiro também é muito bom, fazendo uma interessante conversa com alguns dos outros filmes do diretor (especialmente as questões de fé abordadas em "Contato"). Só lamento que não vi no cinema, pois com certeza teria sido uma experiência única. Nota: 4/5

O Homem Mosca – Fred C. Newmeyer e Sam Taylor: É uma pena que este filme quase nunca seja citado em listas de clássicos essenciais, pois se trata de um dos mais engraçados que eu já vi. Inclusive, acho também que nem deixa muito a desejar aos clássicos do Chaplin. Nota: 5/5

A Última Ceia – Marc Forster: Depois de ver "Em Busca da Terra do Nunca" jamais diria que o Marc Foster fosse capaz de fazer um drama tão eficiente como este. 
Tudo bem que o principal mérito fica para o roteiro e as atuações, mas sua direção também não deixa nada a desejar, criando uma atmosfera incômoda e opressora, que jamais soa artificial ou melodramática. Nota: 4/5

Fargo – Joel Coen: Sou muito fã dos irmãos Coen e adoro este filme, aliás cada vez que revejo gosto mais, e essa já foi a terceira. Mas, devo confessar que não acho essa obra-prima toda que muito comentam, acho que os próprios irmão Coen têm pelo menos 5 filmes muito melhores. 
Mas de qualquer maneira é uma obra única, que equilibra muito bem o humor e a violência, e traz inúmeras sequências marcantes (destaque para os assassinatos na estrada e a já icônica cena envolvendo uma máquina trituradora). Nota: 4/5

Digam o Que Quiserem – Cameron Crowe: O filme é adorável. Mesmo seu ritmo sendo um pouco mais lento do que eu acredito que seria o ideal, o roteiro constrói personagens marcantes e carismáticos, e se desenvolve de maneira sensível, levando o espectador a se envolver e se emocionar. Nota: 4/5

A Travessia – Robert Zemeckis: Crítica completa aqui.

Frost/Nixon – Ron Howard: Curti muito, acho que entra facilmente entre os melhores do Ron Howard. O filme é ágil, os diálogos são de uma precisão admirável, e a narrativa é envolvente e mantém o espectador grudado na tela até o fim, mesmo já sabendo sobre a história real.
E por mais que o roteiro ainda tem alguns probleminhas (a negligência no desenvolvimento da personagem da Rebecca Hall é particularmente decepcionante), não é nada que atrapalhe muito o resultado final, que é ótimo. Nota: 4/5

Batalha Real – Kinji Fukasaku: Filmaço. Talvez a melhor palavra para defini-lo seja: brutal. Sem se preocupar em utilizar a violência apenas para chocar o público, o filme funciona também como uma forte crítica à maneira que o governo trata os jovens e à banalização da violência. Nota: 5/5

Vidas em Jogo – David Fincher: Sou muito fã do David Fincher, mas acho que depois de Alien 3 este seja seu filme mais fraco. Na verdade é muito bem dirigido, com um constante clima de tensão e conspiração, mas o roteiro deixa a desejar, principalmente em seu terrível desfecho, e isso atrapalha bastante o resultado final. Nota: 3/5

Dália Negra – Brian de Palma: A estética é bacana, ainda que um pouco monótona, mas o roteiro soa muito como um enorme desperdício de potencial, sem conseguir estabelecer personagens complexos e muito menos uma trama interessante. Nota: 3/5

A Espinha do Diabo – Guillermo del Toro: Mais um ótimo filme do Guilhermo del Toro. Daria uma excelente sessão dupla com o "Labirinto do Fauno" que ele fez alguns anos depois. 
O clima de terror é extremamente bem construído, mas o que é mais ainda aterrorizante no filme é sua dura e pessimista realidade. Nota: 4/5

Náufrago – Robert Zemeckis:Tenho que confessar que na primeira vez em que eu vi este filme não gostei nem um pouco. Não me lembro exatamente o porquê, mas lembro que sempre ficava indignado quando alguém o citava como um de de seus favoritos.
Mas o revendo agora depois de um tempo, eu o adorei. Sem dúvidas já é um jovem clássico. 
O estudo de personagem que o roteiro faz é fascinante, e a direção sempre competente do Robert Zemeckis dá ao filme o gás a mais que ele necessita. 
A atuação do Tom Hanks também é sensacional (uma das melhores de sua carreira), e o filme ainda é recheado de momentos marcantes (destaque para as cenas envolvendo a bola Wilson) e metáforas que, mesmo "mastigadas", emocionam. Nota: 5/5

A. I. Inteligência Artificial – Steven Spielberg: Não gostei deste filme na primeira vez que o vi, mas vendo de novo, ele subiu bastante no meu conceito. Ainda não acho que seja uma obra-prima, e se Kubrick o tivesse dirigido o resultado muito provavelmente teria sido melhor, mas acho também que o Spielberg passou longe do fracasso. 
As ideias do roteiro são fascinante (o que define um ser humano? qual origem do amor?) e toda aquela primeira parte, terminando com o garoto abandonado na floresta, é irretocável.
A partir dali o filme enfrenta alguns problemas. Particularmente, acho que uma abordagem mais pessimista cairia melhor à narrativa, principalmente na cena do mercado de peles, onde os alívios cômicos soam esquisitos e desajustados. Mas ainda assim, a trama é muito forte, e é impossível não parar pra pensar que se robôs inteligentes realmente existissem, com certeza enfrentariam o ódio de uma parte da população.
Mas ainda assim, acho que o principal problema da obra está em seu final.
(SPOILERS) O filme seria excelente (ainda que não irretocável) se tivesse terminado com o menino preso em frente à fada pelo resto da eternidade, e a opção de incluir um prólogo para terminar em um final feliz soa muito forçada e desnecessária. (SPOLIERS)

Tudo bem, se eu dissesse que não me emocionei estaria mentindo, mas ainda assim, não posso deixar de dizer que o resultado teria sido muito mais impactante e coerente se terminasse mais cedo.
Resumindo, me surpreendi bastante assistindo esse filme pela segunda vez. Ele não é perfeito, mas suas qualidades me falaram bem mais alto que seus defeitos.

Terapia de Risco – Steven Soderbergh: A primeira hora deste filme é incrível, mantendo um impressionante clima de desconforto e tensão. Já em relação aos seus 40 minutos finais, não posso deixar de dizer que me decepcionei um pouco, pois muitos dos elementos mais interessantes da trama são descartados. Mas ainda assim, é necessário admirar a coragem do filme de se reinventar e subverter as expectativas do espectador, mesmo que acabe o frustrando levemente no caminho. Nota: 4/5

Contato – Robert Zemeckis: Mais um filme admirável do Robert Zemeckis, de quem eu sou cada vez mais fã. Sua capacidade de criar momentos marcantes é invejável e aqui ele tem em mãos uma história extremamente rica, recheada de conflitos entre religião e ciência. 
Eu, particularmente, acho que o filme deveria ter acabado alguns minutinhos mais cedo, pois bem em sua penúltima cena ele acaba se inclinando mais para um lado do que para o outro, desperdiçando uma de suas melhores qualidades que era a dúvida e a necessidade do espectador de tomar posição. Não é nada que atrapalhe muito o resultado final, mas tenho que confessar que me decepcionei um pouquinho. Nota: 4/5

Beijos e Tiros – Shane Black: Trata-se de um filme original, recheado de brincadeiras metalinguísticas interessantes e muito divertido. Lembra bastante o estilo dos primeiros trabalhos do Guy Ritchie, ainda que a trama seja um pouco complexa demais e deixe o espectador um pouco perdido em alguns momentos.
P.S: a cena da "roleta russa" é impagável e foi uma das coisas mais engraçadas que eu já vi em um filme. Nota: 4/5

O Massacre da Serra Elétrica – Tobe Hooper: Uma experiência única e intensa. Recheado de momentos marcantes e uma excelente direção. Merecidamente, um clássico. Nota: 5/5

Terra Prometida – Gus Van Sant: Achei bem mediano. Tem um ritmo agradável, as atuações são boas e o roteiro convence enquanto pode. Mas a história que ele tem para contar é frágil e a direção do Gus Van Sant é bem lugar comum, e quando isso fica impossível de disfarçar, o filme fica a beira da ruína. Nota: 3/5

Matrix – Andy e Lana Wachowski: Ver este filme é sempre uma experiência única, no cinema então, é algo de outro mundo. Está sem dúvidas entre os meus favoritos dos favoritos. 
Sempre me impressiono com sua segurança e seu impacto, além de sua capacidade de equilibrar uma trama com inspirações claramente filosóficas (o Mito da Caverna, de Platão, vem a mente várias vezes) e sequências de ação inovadoras de tirar o fôlego. 
Se tivesse sido lançado hoje, eu não hesitaria em dizer que os irmãos Wachowski teriam tudo para serem os principais nomes da ação no Cinema. Nota: 5/5

Educação – Lone Scherfig: Realmente não estava esperando gostar tanto deste filme, me surpreendi muito. 
Mesmo começando com alguns clichês indie (desde os personagens que soam caricaturais até os diálogos que jamais poderiam acontecer entre pessoas de verdade), o roteiro dá a volta por cima, criando uma narrativa extremamente sensível e cativante, que mesmo não sendo particularmente original ou inovadora, funciona surpreendentemente bem.
A reconstrução de época também é linda e acerta por ser discreta, deixando o filme com um visual interessante que contribui para o sucesso dramático do roteiro. Nota: 4/5

A Concepção – José Eduardo Belmonte: Curti. O roteiro não é excepcional, mas o filme traz uma ótima direção, que causa um forte impacto e cria um ritmo alucinante. Nota: 3/5

Amor Sem Escalas – Jason Reitman: Legalzinho... um típico filme do Jason Reitman. O ritmo é ágil, as atuações são ótimas, o senso de humor funciona, e mesmo que o roteiro tenha seus problemas, pelo menos consegue brincar com as expectativas do espectador e criar um final que mesmo não sendo surpreendente, tampouco é muito previsível, e funciona muito bem. Nota: 3/5

12 Horas – Heitor Dhalia: Cheio de qualidades e defeito, mas de modo geral achei bem mediano. 
A direção do Heitor Dhalia (diretor que eu admiro muito) consegue manter um clima de suspense, mas sem nunca se arriscar em uma narrativa fora do comum. 
Já o roteiro trabalha muito bem a questão da dúvida (durante boa parte do filme não sabemos o que é verdade e o que é alucinação), mas peca ao insistir em encerrar vários de seus diálogos com frases de efeito, e apostar em coincidências que fazem as pistas soarem fáceis demais. Nota: 3/5

Guerra Mundial Z – Marc Forster: Realmente muito fraco, beira o desastre. 
A cena no avião é boa, ainda que pudesse ter sido melhor explorada, e um ou outro momento de ação funciona, mas só.
Marc Forster se mostra incapaz de criar tensão e a ação em sua maioria soa repetitiva e aborrecida.
O roteiro também não ajuda e não apenas é mal estruturado como não consegue estabelecer ao menos um personagem interessante, fazendo até mesmo seu protagonista ser genérico. Nota: 2/5

Eu, Você e a Garota Que Vai Morrer – Alfonso Gomez-Rejon: Tem lá suas qualidades (destaque para a segurança com que o filme transita entre o humor mais leve e um drama bem pesado, e, é claro, suas diversas referências à clássicos), mas o ritmo é extremamente irregular, e os personagens secundário são completamente sem carisma. Com isso, a narrativa acaba sendo episódica e desinteressante, o que compromete bastante o resultado final, tendo em vista que um dos maiores fortes dos filmes indies costuma ser justamente a narrativa gostosa de se acompanhar. Nota: 3/5

Star Trek – J. J. Abrams: Há algum tempo atrás assisti aos dois primeiros filmes da saga Star Trek e não gostei de nenhum deles. Sendo assim, me surpreendi imensamente ao me divertir e gostar muito desde reboot.
O roteiro consegue funcionar muito bem para quem não está familiarizado com o universo e os personagens, mas ao mesmo tempo as apresentações não ocupam tanto tempo, o que não deixa arrastado para quem já é fã.
A direção do J. J. Abrams também é ótima, utilizando muito bem a trilha sonora e criando empolgantes cenas de ação.
É claro que aqui e ali o filme tem alguns probleminhas: uma coincidência um pouco absurda, um alívio cômico que não funciona... mas nada que atrapalhe muito o resultado final. Nota: 4/5

O Exército das Sombras – Jean-Pierre Melville: Filme muito muito bom. A paleta de cores frias e dessaturadas mantém um clima de melancolia desde o início, e a direção do Jean-Pierre Melville conduz a narrativa sem pressa, mas em nenhum momento deixando-a arrastada, acertando ainda por acabar em uma nota pessimista e desesperançosa, mas que é extremamente coerente com tudo que havia ocorrido até então. Nota: 4/5

Star Wars: A Vingança dos Sith – George Lucas: Não é um grande filme, mas é sem dúvidas o melhor da trilogia nova. 
Cumpre muito bem o seu papel, que é de construir a complexidade dramática do Darth Vader, conseguindo ainda trazer uma interessante trama política.
Aliás, a cena que envolve Anakin e Obi-Wan na beira de um mar de lavas foi, para mim, o melhor momento da série depois do clássico "I'm your father". Nota: 4/5

Ponte dos Espiões – Steven Spielberg: Crítica completa aqui.

O Silêncio – Baran Bo Odar: É um bom filme, embora um pouco perdido. 
Durante boa parte da projeção o filme se mostra meio indeciso quanto ao tom da narrativa e a abordagem dada aos personagens, mas ainda consegue criar momentos marcantes de tensão até se redimir quase que completamente de seus erros em seus 15 minutos finais, ao finalmente revelar suas cartas e fazer o espectador ir para os créditos finais com uma sensação de satisfação.
É verdade que um final ruim amarga um filme todo bom, mas é também verdade que um final ótimo dá um grande redimida em um filme mediano. Nota: 4/5

Mais Estranho Que a Ficção – Marc Forster: Filme muito interessante e competente. Traz várias divertidas reflexões metalinguísticas em um roteiro original e bem estruturado. O final deixa um pouco a desejar, mas não deixa de ser coerente (reparem nas dicas que apontam para a importância do relógio do protagonista). Nota: 4/5

Mary e Max: Uma Amizade Diferente – Adam Elliot: A meia hora inicial é impecável, com um senso de humor único e uma sensibilidade tocante. A partir daí o filme encontra alguns probleminhas, como o ritmo levemente irregular, mas o final acaba compensando. De modo geral, é um filme muito bom, único e melancólico da doce certa. Nota: 4/5

De Volta no Tempo – Jason Aron: Quando o foco está no De Volta Para o Futuro em si, o filme é muito bom, e essencial para os admiradores desse clássico. Já quando o foco vai para a sua influência e seus fãs (o que ocupa a maior parte da projeção), o impacto é bem menor e o ritmo é bem irregular. Nota: 3/5

A Sombra de Uma Dúvida – Alfred Hitchcock: Filmaço! Acredito que seja um dos que melhor defina o Hitchcock, além de trazer muitos dos que podem ser considerados seus momentos mais inspirados. Mais uma vez, as principais virtudes do filme não estão apenas no que você vê, mas também no que você imagina. Nota: 5/5

Alphaville – Jean-Luc Godard: Estaria mentindo se dissesse que achei ruim, mas estaria mentindo mais ainda se dissesse que gostei. 
Muitas coisas incomodaram no filme, dentre elas a trilha sonora, que por mais que tenha sido feita para causar desconforto, acaba soando muito mais como falta de criatividade do que qualquer outra coisa. 
Mas o filme também tem suas qualidades: o plano sequencia no elevador é sensacional (inclusive me lembrou um plano parecido visto em um apartamento em "O Demônio das Onze Horas"), e traz monólogos lindos e poéticos. Além disso, dizem que todo bom filme é também um documentário sobre sua época, e nesse quesito, "Alphaville" serve perfeitamente como um retrato da tensão e do medo nuclear experimentados na guerra fria. Nota: 3/5

Guerra dos Mundos – Steven Spielberg: Acabou sendo para mim, como o primeiro "Transformers" e as continuações de "Se Bebr Não Case", um "guilty pleasure": não achei bom, mas me diverti bastante.
Não posso dizer que o filme não tenha suas qualidades. Spielberg é um diretor extremamente talentoso, e consegue, com a ajudas dos ótimos efeitos especiais, criar um belo espetáculo visual, além de interessantes momentos de tensão. 
O roteiro também acha espaços para pequenas alfinetadas políticas, como quando vemos a filha do protagonista desesperada pelo caos e imediatamente pergunta: "são os terroristas?", numa crítica clara, mas sutil, à política de medo imposta por Bush.
Mas os defeitos também são muitos e impossíveis de se ignorar: a necessidade de manter a censura baixa impede que muitos momentos mais violentos tenham o impacto necessário, e o arco dramático do roteiro também é frágil.  Nota: 3/5


A Noite dos Mortos-Vivos – George A. Romero: É um filme muito bom e, mais ainda, extremamente importante e influente, mas não posso deixar de dizer que me decepcionei um pouco. Não achei os personagens muito carismáticos e por mais que a tensão seja bem construída, em nenhum momento envolve o espectador como outros clássicos do terror como "O Massacre da Serra Elétrica" e "Halloween". Nota: 4/5

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