quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Lista: Filmes Vistos em Abril

A lista a seguir reúne os filmes que eu vi durante o mês de Abril, com um breve comentário sobre cada um deles, além de uma nota de 1 a 5 para cada um.

Setembro – Woody Allen: Um dos filme mais pesados do Woody Allen, onde a influência do Bergman fica ainda mais clara. É interessante ver que um diretor que começou com filmes como "Dorminhoco" e "Bananas" seja capaz de fazer um drama desses com a mesma competência com que faz comédias, e isso só prova seu talento e sua capacidade de manter sua marca mesmo em filmes completamente distintos. Nota: 4/5

Acossado – Jean-Luc Godard: Tudo no filme funciona muito bem, mas acho que o que mais o diferencia é sua montagem, que cria uma narrativa com um ritmo alucinante, e que leva o seu título original (Sem Fôlego) para outro patamar, já que é assim que o espectador se sente durante vários momentos da projeção. Nota: 5/5

Meninas Malvadas – Mark Waters: Mesmo se rendendo a alguns clichês, o filme traz um competente senso de humor e acaba se mostrando um interessante estudo sobre as relações entre adolescentes. Nota: 4/5

A Lista de Schindler – Steven Spielberg: Sem dúvidas, um dos melhores filme que eu já vi sobre Segunda Guerra. 
Além de uma tocante sensibilidade, Spielberg demostra um impressionante talento para criar tensão (destaque para a cena envolvendo uma arma com problema no gatilho) e consegue ainda, de maneira acertadíssima, tirar proveito do preto e branco para criar cenas de brutal violência que provavelmente não seriam filmadas em uma versão em cores, e que contribuem para tornar a narrativa ainda mais marcante. Nota: 5/5

O Sinal – Martin Hodara e Ricardo Darín: Possui alguns bons momentos e uma ou outra ideia interessante, mas o seu ritmo desnecessariamente lento e seu roteiro problemático que em alguns momentos chega a ficar desinteressante, impedem uma experiência marcante e acabam fazendo com que o filme beire o entediante. Nota: 3/5

Ligeiramente Grávidos – Judd Apatow: Bem antes de ser uma comédia, o filme é sobre o medo e a incapacidade do personagem do Seth Rogen de assumir responsabilidades e "crescer", e as piadas são apenas um modo de tornar esse drama mais descontraído e leve.
Como um todo, acaba surpreendendo pela sua coerência e pela capacidade de oscilar entre o drama e a comédia de maneira fluida, mesmo que se estenda bem mais do que o necessário. Nota: 4/5

Mother: Em Busca da Verdade – Joon-ho Bong: Joon-ho Bong demonstra um impressionante controle na construção de tensão, além de equilibrar muito bem uma trama complexa com um drama forte e convincente, trazendo ainda interessantes dilemas morais, que tornam a experiência ainda mais instigante. 
O único erro do filme é temer "mastigar" demais alguns detalhes, o que acaba deixando o espectador um pouco confuso em um ou outro momento, mas nada que chegue perto de atrapalhar o resultado final. Nota: 4/5 

Ajuste Final – Joel Coen: Um dos melhores dos irmãos Coen, perfeito em todos os sentidos. 
Traz o senso de humor tão característico da dupla, além de um trama instigante com um protagonista inteligentíssimo, e inúmeros momentos marcantes com um impressionante apuro estético. Nota: 5/5

Professora Sem Classe – Jake Kasdan: Em relação à trama e personagens, o filme é bem fraco e previsível, mas consegue se fazer valer a pena pelo seu senso de humor, que nem sempre consegue ser engraçado, mas traz algumas piadas críticas interessantes, que acabam por dar uma diferenciada no roteiro. Por exemplo: "Eu acho que todos devem fazer o que quiserem com seu corpo. Menos aborto, é claro" ou "Eu não sou racista. Eu votei no Obama!". Nota: 3/5

A Era do Rádio – Woody Allen: Um dos melhores filmes da carreira do Woody Allen. Possui o senso de humor característico do cineasta, além de uma sensibilidade emocionante. Nota: 5/5

Um Time Show de Bola – Juan José Campanella: Possui algumas piadas pontuais ótimas e divertidas referências à clássicos, além disso, Campanella soube utilizar as liberdades proporcionadas pela animação de maneira inteligente e orgânica. Mas apesar dessas qualidades, o roteiro falha muito em criar uma história completamente desinteressante, com um vilão que não faz o menor sentido, fazendo com que o filme soe mais como um desperdício de potencial do que algo particularmente marcante. Nota: 3/5

Um Retrato de Woody Allen – Barbara Kopple: Mesmo que funcione apenas para fã do Woody Allen, Barbara Kopple consegue criar uma narrativa agradável, que acerta por ser simples, e fazer um filme que mesmo não sendo particularmente memorável, pelo menos dá a sensação satisfatória de passar um tempo com esse grande cineasta. Nota: 4/5

Pulp Fiction – Quentin Tarantino: Uma divertida e inteligente sátira ao niilismo e à banalização da violência na sociedade americana. Nota: 5/5

Terra em Transe – Glauber Rocha: Além da forte e corajosa crítica política, Glauber Rocha ainda demostra um apelo estético invejável, criando uma obra marcante e que virou merecidamente um clássico do nosso Cinema. Nota: 5/5

Para Maiores – 12 Diretores: Tão ruim e absurdamente sem graça, que chamá-lo de "filme" é um insulto a qualquer cineasta. Nota: 1/5

Bastardos Inglórios – Quentin Tarantino: Sem dúvidas, um dos melhores do Tarantino, e em se tratando de roteiro é provavelmente o auge de seu talento. A maneira com que ele cria tensão apenas com diálogos é exemplar, além de conseguir, como diretor, criar uma narrativa empolgante e única, que traz excelentes atuações de todo o elenco e ainda possui um desfecho excepcional e marcante. Nota: 5/5

360 – Fernando Meirelles: Traz bons personagens e uma ótima direção, que acerta ao criar uma narrativa fria e inteligente, ainda que um pouco mais longa do que o necessário. Nota: 4/5

O Ano Mais Violento – J. C. Chandor: Filme extremamente bem dirigido, com uma narrativa fria e excelentes atuações. Nota: 5/5

Ladrão de Casaca – Alfred Hitchcock: O filme é muito bem dirigido e traz momentos de tensão extremamente marcantes, ainda que o roteiro se estenda um pouco mais do que o necessário e em alguns momentos fique quase desinteressante. Nota: 3/5

Scoop – O Grande Furo – Woody Allen: Trata-se de uma comédia competente e divertida, mas que traz sérios problemas em sua trama, e que fica consideravelmente abaixo da média dos filmes do Woody Allen. Nota: 3/5

Medianeras: Buenos Aires da Era do Amor Virtual – Gustavo Taretto: Delicado e criativo. Nota: 4/5

Maridos e Esposas – Woody Allen: É muito interessante ver Woody Allen fazendo um trabalho assim, com cara de filme experimental de baixo orçamento, com câmera quase sempre na mão, e o fato de ele se sair tão bem só comprova mais uma vez seu inegável talento. 
Além disso, é aqui que ele consegue mostrar também sua forte capacidade como ator, deixando de lado (ainda que não completamente) seu famoso timing cômico, e criando um personagem conflituoso, que possui um pesado drama e conduz com brilhantismo a densa e única narrativa. Nota: 4/5

Oito e Meio – Federico Fellini: Consegue ser extremamente intimista ao mesmo tempo em que traz uma interessante metalinguagem. Nota: 4/5

Atirem no Pianista – François Truffaut: Filme excelente, com ótimos personagens e momentos marcantes. Nota: 5/5

O Segredo de Brokeback Mountain – Ang Lee: A melhor coisa dos grandes filmes é que você pode revê-los de tempos em tempos, e ainda ter uma experiência única a cada nova visita. Nota: 5/5

Corações de Ferro – David Ayer: Mesmo o roteiro deixando um pouco a desejar, principalmente por alguns clichês, o filme traz um ótima direção, que cria marcantes sequências de guerra, além de ótimas atuações de todo o elenco. Nota: 4/5

Munique – Steven Spielberg: Além de extremamente bem dirigido, o maior acerto do filme é em não retratar um lado certo e um errado no conflito, fazendo o espectador se identificar e reprovar ambos, trazendo ainda interessantes e relevantes discussões. Nota: 5/5

O Sonho de Cassandra – Woody Allen: Traz um forte drama e interessantes dilemas morais, e ainda que possua um ou outro problema no roteiro, como um todo se mostra uma experiência altamente satisfatória. Nota: 4/5

Memórias – Woody Allen: Este é um dos trabalhos mais ousados do Woody Allen, e na minha opinião um dos mais competentes também. Além de um fotografia impecável de Gordon Willis, o filme traz interessantes e inteligentes questionamentos sobre religião e moral, além de fazer uma auto reflexão sobre a carreira do diretor até então. Nota: 5/5

Woody Allen: Um Documentário – Robert B. Weide: Essencial para todo e qualquer fã do Woody Allen. Nota: 4/5

Tempos de Lobo – Michael Haneke: Não é dos melhores do Michael Haneke, mas pelo menos é um dos mais cruéis. Nota: 4/5

Gosto de Sangue – Joel Coen: É impressionante o talento dos irmãos Coen de desde o início da carreira saberem exatamente o que queriam, escrevendo uma história com um afinado humor negro e uma direção primorosa, que cria inúmeros momentos marcantes, com um apuro estético invejável a qualquer cineasta. Nota: 5/5

Xingu – Cao Hamburger: É um filme bem dirigido e com um roteiro competente, ainda que não tenha muito a acrescentar e soe um pouco dispensável. Nota: 3/5

Memórias – Woody Allen: Este é um dos trabalhos mais ousados do Woody Allen, e na minha opinião um dos mais competentes também. Além de um fotografia impecável de Gordon Willis, o filme traz interessantes e inteligentes questionamentos sobre religião e moral, além de fazer uma auto reflexão sobre a carreira do diretor até então. Nota: 5/5

Moscou Contra 007 – Terence Young: Mesmo que a trama seja um pouco mais confusa do que o necessário, o filme ainda traz vários momentos marcantes, uma competente direção, e consegue se sustentar muito bem sem depender de seu antecessor. Nota: 4/5

Um Misterioso Assassinato em Manhattan – Woody Allen: A trama é instigante e bem trabalhada, mas o que mais diferencia o filme é o senso de humor característico do Woody Allen, que aqui está em sua melhor forma, tanto como diretor e roteirista quanto como ator, já que é graças a seu timing cômico perfeito que algumas passagens até simples se mostram tão engraçadas e competentes. Nota: 4/5

A Natureza Quase Humana – Michael Gondry: Se diferencia pelo seu forte roteiro, escrito pelo sempre genial Charlie Kaufman, que traz um senso de humor ímpar e interessantes questionamentos sobre a natureza humana.
E mesmo que se mostre abaixo de textos brilhantes como os de Adaptação e Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (todos escritos por Kaufman), ainda está acima de 99% de qualquer outro roteiro. Nota: 4/5

A Lei do Desejo – Pedro Almodóvar: Mesmo levemente irregular (sua hora inicial se mostra interessante, mas demasiadamente longa, enquanto seus 40 minutos finais são extremamente empolgantes, mas desnecessariamente rápidos), o filme consegue se diferenciar graças ao peculiar senso de humor de Almodóvar, e pela sua trama ao mesmo tempo simples e complexa, que é carismática e instigante. Nota: 4/5

Jogada de Risco – Paul Thomas Anderson: É impressionante o talento de Paul Thomas Anderson desde o início de carreira, principalmente como roteirista, criando diálogos ágeis e inteligentes em uma trama que, mesmo simples, é muito competente e traz ótimos personagens. Nota: 4/5

Kill Bill – Quentin Tarantino: Possui uma narrativa ágil e marcante, sobre a qual Tarantino demonstra ter total controle. Mas, ainda assim, o filme se mostra muito mais forma do que conteúdo, sendo um dos trabalhos mais fracos do diretor, mesmo que ainda valha muito a pena. Nota: 4/5

Além da Linha Vermelha – Terrence Malick: Mesmo sendo um pouco mais longo do que o necessário e dar a sensação de ficar batendo desnecessariamente na mesma tecla, o filme consegue ser poético e criar um interessantíssimo contraste entre a beleza da natureza e o horror da guerra que os homem fazem sobre ela. Nota: 4/5

O Grande Lebowski – Joel Coen: Me arrisco a dizer que este é o filme mais engraçado, ou pelo menos o que tem o senso de humor mais preciso, que eu já vi até hoje, ainda que não seja para todo mundo. Nota: 5/5

1,99 – Um Mercado Que Vende Palavras – Marcelo Masagão: Seu ritmo problemático e seu desnecessário excesso de subjetividade acabam atrapalhando um pouco a experiência, mas ainda assim, o roteiro consegue trazer algumas interessantes questões para serem discutidas e relevantes comentários sociais. Nota: 3/5

Looking For Johnny – Danny Garcia: Consegue criar uma narrativa interessante, ainda que um tanto quanto episódica. Nota: 3/5

Festim Diabólico – Alfred Hitchcock: Filme excelente! Uma verdadeira aula de direção e roteiro, principalmente no quesito de criação de tensão (destaque para o diálogo entre James Stewart e Farley Granger, enquanto este último toca piano). Nota: 5/5

Uma Mulher é Uma Mulher – Jean-Luc Godard: Tem uma narrativa ágil e um inteligente uso de cores, ainda que a trama deixe um pouquinho a desejar. Nota: 4/5

Crimes e Pecados – Woody Allen: Mais uma obra prima na carreira de Woody Allen. Dentre as inúmeras sutilezas do filme destaco uma: o personagem interpretado por Martin Landau foi criado para acreditar que Deus está de olho em tudo (inclusive brinca que foi por isso que virou oftalmologista), e isso, a princípio, o faz hesitar em encomendar a morte de sua amante. Dentre os conselhos que ele busca, o único que o oferece uma alternativa sensata é o personagem do rabino (uma figura que representa sua criação religiosa), e não por acaso, esse personagem está com uma doença nos olhos e está ficando cego. Ou seja, Woody Allen cria aqui uma sutil e fascinante metáfora - o simbolo da religião no filme está ficando cego, o médico comete o crime e sai impune, Deus não existe e não está de olho em nós, estamos por nossa conta, um crime bem realizado pode não ser punido pela lei, a única coisa que nos impede é nossa moral. É uma visão um tanto quanto pessimista, mas resume bem muito do que o Woody Allen tem a dizer em seus filmes sobre moral e religião, temas recorrentes em sua invejável filmografia. Nota: 5/5

É Proibido Fumar – Anna Muylaert: Mesmo com um roteiro simples, Anna Muylaert consegue criar um filme divertido e interessante, com uma narrativa fluida e um ótimo desfecho. Nota: 4/5

O Lugar Onde Tudo Termina – Derek Cianfrance: Filme excelente! Extremamente bem dirigido e surpreendente a cada momento. Nota: 5/5

Harry Potter e o Cálice de Fogo – Mike Newell: Mesmo com problemas de roteiro, o filme funciona extremamente bem para o público alvo, tem uma narrativa com um interessante toque de aventura, e é extremamente competente na apresentação do vilão. Nota: 4/5

Neblinas e Sombras – Woody Allen: Mesmo estando longe de ser um dos melhores do Woody Allen, o filme ainda faz uma divertida brincadeira com gêneros, além de ser extremamente divertido e trazer ótimas piadas. Nota: 4/5

Um Corpo Que Cai – Alfred Hitchcock: De todos os excelente filmes que vi de Alfred Hitchcock, este é, sem dúvidas, o melhor. Isso porque não apenas traz uma excelente direção, que cria inúmeros momentos marcantes de tensão, mas também uma trama fascinante, cheia de camadas, e que melhora a cada vez que o espectador para para repensá-la. Nota: 5/5

Terra de Ninguém – Terrence Malick: É impressionante o talento e a segurança de Terrence Malick desde o início de carreira, e sua capacidade de estabelecer um tom à narrativa e se manter nele até o fim. 
Acredito que depois de "Cinzas no Paraíso", este seja seu melhor trabalho. Nota: 5/5

Amor a Toda Prova – Glenn Ficarra e John Requa: Me surpreendeu muito positivamente. O roteiro é ótimo, recheado de momentos hilários e personagens carismáticos, e a direção de Glenn Ficarra e John Requa trabalha muito bem com o texto, criando uma narrativa gostosa e explorando ao máximo o potencial cômico das situações.
P.S: A cena do jardim é impagável! Nota: 4/5

VIPs: História Reais de um Mentiroso – Mariana Caltabiano: Mariana Caltabiano consegue explorar muito bem o potencial cômico da história e cria uma narrativa que mesmo simples é muito divertida, por mais que se perca um pouco em seus minutos finais. Nota: 4/5

Harry Potter e a Ordem da Fênix – David Yates: Alguns probleminhas no roteiro o impedem de ser excelente, mas ainda assim consegue ser o mais político da saga, e também o mais maduro até então, com personagens mais conflituosos e interessantes e uma narrativa mais densa. Nota: 4/5

Interiores – Woody Allen: Acho que junto com "Setembro", este é o filme mais Bergman do Woody Allen, e mesmo que não seja um de seus melhores, é, no mínimo, um dos mais peculiares e corajosos, tendo em vista que ele era um diretor conhecido apenas por comédias até então. Nota: 4/5

Life Itself – A Vida de Roger Ebert – Steve James: Além de acertar ao não retratar Roger Ebert como uma Lenda inigualável, possui ainda uma sensibilidade tocante e uma precisa melancolia. Nota: 5/5

VIPs – Toniko Melo: Mesmo com a atuação dedicada de Wagner Moura, o roteiro é péssimo em todos os sentidos e compromete completamente o filme. Nota: 2/5

Interestelar – Cristopher Nolan: O filme tem muitas qualidades, dentre elas: a construção de tensão, a despedida de Copper e Murph, a trilha sonora, o designe de produção (principalmente no visual dos outros planetas) e cena que envolve Matthew McConaughey assistindo mensagens de seus filhos. 
Porém, traz alguns problemas também, como o excesso de exposição e, principalmente, um terceiro ato que erra pela sua prepotência e acaba soando forçado e artificial.
De modo geral, ainda é um ótimo filme, principalmente para quem se interessa e está começando a ver ficção científica, em que suas qualidades acabam falando mais alto do que seus defeitos. Nota: 4/5

Sonhos Eróticos de uma Noite de Verão – Woody Allen: Não é dos melhores do Woody Allen, mas ainda é muito competente, com personagens carismáticos e ótimas piadas. Nota: 4/5

Godzilla – Gareth Edwards: Gareth Edwards faz um ótimo uso dos efeitos visuais para criar um clima épico, mas demonstra problemas na construção da tensão, e o roteiro erra ao tentar apostar em seus personagens, que se mostram desinteressantes, ao invés dos monstros, impedindo que as sequências de ação empolguem o necessário, e fazendo com que o filme soe cansativo e arrastado.  Nota: 3/5

Terra Estrangeira – Walter Salles e Daniela Thomas: Um dos melhores filmes do Walter Salles, que por sua vez é dos melhores diretores em atividade. O roteiro é ótimo e redondo, as atuações são todas competentes e a fotografia em preto e branco do Walter Carvalho é linda, e dá à narrativa um preciso e bem vindo toque melancólico. Nota: 5/5

Os Bons Companheiros – Martin Scorsese: Sem dúvidas, um dos meus filmes preferidos. Possui um roteiro perfeito e redondo, e a direção de Scorsese dá ao filme o gás que o faz tão inesquecível. Nota: 5/5

Esqueceram de Mim 2 – Perdido em Nova York – Chris Columbus: O fato de ser quase idêntico ao seu antecessor enfraquece bastante o filme, mas mesmo assim ele se mostra uma experiência divertida (destaque para a sempre ótima trilha sonora de John Williams, e a direção de Chris Columbus, que mesmo sem trazer nada de novo, consegue criar uma narrativa agradável e competente). Nota: 3/5

Vingadores: A Era de Ultron – Joss Whedon: Mesmo ainda gostando um pouco mais do primeiro, este novo filme me agradou bastante. Nem todas as piadas funcionam, mas várias delas são ótimas e garantem algumas risadas, os personagens antigos continuam carismáticos e os novos também não decepcionam, e mesmo que o 3D seja dispensável e a projeção se estenda mais que o necessário, o filme entra facilmente entre os melhores da Marvel. Nota: 4/5

Entrando Numa Fria Maior Ainda – Jay Roach: Mesmo ainda trazendo bons momentos e garantindo algumas risadas, o filme reaproveita demasiadas ideias de seu antecessor, soando repetitivo e desnecessário. Nota: 3/5

Harry Potter e o Enigma do Príncipe – David Yates: Até agora, este é disparado o melhor da série, conseguindo ser o mais adulto e sombrio ao mesmo tempo em que é o mais bem humorado, explorando com inteligência o potencial cômico da história, além de ser surpreendente e criar uma grande expectativa para os capítulos finais. Nota: 5/5

Na Roda da Fortuna – Joel Coen: Este é para mim o filme mais fraco da impressionante carreira dos irmãos Coen. Ainda assim, é bem dirigido e traz uma interessante crítica com senso de humor característico da dupla, ainda que em menor escala. Nota: 4/5

Namorados Para Sempre – Derek Cianfrance: Além de um roteiro cuidadoso, com uma tocante sensibilidade, Derek Cianfrance obriga o espectador, com seus constantes planos fechadíssimos, a compartilhar a dor e a ansiedade vividas pelos seus personagens, criando assim uma narrativa única e marcante. Nota: 4/5

Festa de Família – Thomas Vinterberg: Filme excelente, com ótimos personagens e um constante clima propositalmente desconfortável. Nota: 5/5

Deus da Carnificina – Roman Polanski: O roteiro é ótimo e traz ironias curiosas, enquanto Roman Polanski conduz com segurança a trama em um único local, impedido que esta fique repetitiva ou cansativa. O único problema do filme é que ele visivelmente foi pensado para ser uma peça de teatro, e isso fica claro durante toda a projeção. Nota: 4/5

Noivo Neurótico, Noiva Nervosa – Woody Allen: Sem dúvidas, o filme mais importante da carreira do Woody Allen, e talvez seja também o que melhor define suas temáticas recorrentes e seu senso de humor. Nota: 5/5

10 Coisas que Eu Odeio em Você – Gil Junger: Uma comédia romântica lugar comum, que traz um ou outro momento inspirado, mas que de modo geral é esquecível e desnecessária. Nota: 3/5

Carne Trêmula – Pedro Almodóvar: Não é o melhor do Almodóvar, mas traz uma história redonda e interessante, além de ótimos personagens e uma narrativa com a cara do diretor. Nota: 4/5

Amarcord – Federico Fellini: Traz momentos marcantes e uma narrativa bem humorada e nostálgica. Nota: 4/5

Através de um Espelho – Ingmar Bergman: Com uma performance central impecável e uma narrativa densa e pesada, o filme consegue ser marcante e competente, ainda que irregular. Nota: 4/5

Lady Vingança – Chan-wook Park: O filme consegue chocar pela sua violência, e impressionar pelo seu estilo, e mesmo que empalideça um pouco perto de Oldboy (trabalho anterior do diretor, com a mesma temática), principalmente no que se refere à trama, ainda é uma experiência única e que merece muito ser apreciada. Nota: 5/5

A Professora de Piano – Michael Haneke: Entra facilmente entre os melhores do Michael Haneke, conseguindo incomodar e trazendo atuações impecáveis. Nota: 5/5

Totalmente Inocentes – Rodrigo Bittencourt: Um daqueles filme em que nada funciona, e quanto mais ele tenta, mais ele fica ridículo e absurdo. Nota 1/5

Eu Receberia as Piores Notícias... – Beto Brant e Renato Ciasca: Além de um ótimo roteiro, com ótimos personagens e uma trama interessante e redonda, Beto Brant ainda demonstra um cuidado estético invejável, criando imagens belíssimas e inesquecíveis em uma narrativa única e marcante. Nota: 4/5

Caché – Michael Haneke:  Acredito que este seja o melhor filme da invejável carreira do Michael Haneke, e também um dos melhores que já vi até hoje. 
Além da trama instigante, o roteiro traz ainda interessantes questões sociais e personagens que são fascinantes, e a direção de Haneke não apenas conduz o filme de maneira exemplar, como obriga o espectador a tomar posição em relação ao que está vendo, o tirando da posição de mero observador, e o obrigando a pensar e refletir. Nota: 5/5

Entre Abelhas – Ian SBF:O cinema brasileiro é extremamente rico e nos últimos anos tem feito verdadeiras obras primas, mas ainda assim, não deixa de ser uma grata surpresa ver um filme brasileiro com um apelo comercial ser não apenas bom, como corajoso e autoral, fugindo de fórmulas que deixam as produções nacionais comerciais tão fracas.
A performance central de Fabio Porchat é surpreendentemente eficiente e melancólica, ainda que ele visivelmente se mostre mais à vontade em momentos cômicos, e o roteiro, escrito pelo próprio Porchat e pelo diretor Ian SBF, acerta por trazer um final, que mesmo excelente, com certeza vai desagradar muita gente.
Mesmo com as várias qualidades, o filme tem seus defeitos: a sub-trama com o personagem de Luis Lobianco, por mais que funcione como alivio cômico, é completamente descartável, e o roteiro ainda falha ao mastigar demais suas ideias nas conversas de Porchat com seu médico, demonstrando um medo de ser incompreendido. A decisão de incluir um painel cheio de anotações na parede do quarto do personagem principal também erra por ser clichê e desnecessário.
Como um todo, o saldo de Entre Abelhas é, sem dúvidas, positivo, e suas qualidades falam bem mais alto que seus defeitos, e o filme representa não apenas mais um acerto no cinema brasileiro, como também uma esperança para produções mais comerciais. Nota: 3/5

Sicko – S. O. S. Saúde – Michael Moore: Mais um grande filme do Michael Moore, recheado de sua ironia característica, que expõe os absurdos das situações burocráticas e capitalistas. Nota: 5/5

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