domingo, 25 de dezembro de 2016

Crítica: Anesthesia, de Tim Blake Nelson

Anesthesia é um drama eficiente que conquista por seu forte elenco e pela dor de seus personagens. O roteiro começa seguindo um professor universitário (Sam Waterston) que decide se aposentar para passar mais tempo com a esposa (Glenn Close), e a partir daí passa a acompanhar pequenos desdobramentos nas vidas de outras pessoas, dentre elas um viciado em drogas, uma estudante depressiva, e um marido infiel.




Eficiente em criar um clima de melancolia desde os segundo iniciais, ao criar uma forte empatia com um personagem que segundos depois terá um destino trágico, o filme ainda acerta por ser muito mais sobre personagens do que trama, apesar de sua estrutura complexa de tramas entrelaçadas.
E sabendo disso, o diretor Tim Blake Nelson (que também é ator, e tem um papel no filme) acerta por optar por uma abordagem estética mais discreta, deixando o destaque todo por conta dos atores. E em relação à isso, Blake Nelson se mostra um excelente diretor de atores, já que o elenco inteiro, sem exceção, está ótimo.

Sam Waterston se mostra eficiente em evocar fragilidade e gerar empatia para seu personagem. K. Todd Freeman, por sua vez, foge de clichês para seu personagem viciado em drogas, se mostrando contido e sem apelar para maneirismos exagerados, e quando estes se mostram inevitáveis, o ator consegue incluir humanidade e impedir que o personagem se pareça com uma caricatura.

Gretchen Mol também chama a atenção, principalmente por conseguir passar o dor escondida atrás dos sorrisos de sua personagem. Já Kristen Stewart, mesmo com uma personagem de uma nota só, tem a oportunidade de incluir uma interessante complexidade dramática ao filme em uma cena no psicólogo.

Se prejudicando apenas por perder tempo com algumas cenas que não levam à lugar algum (como aquela que traz a personagem de Gretchen Mol e sua filha em um carro e outra que envolve um advogado no elevador), Anesthesia é um ótimo filme, que se mostra uma experiência de forte impacto dramático pela dor desesperada de seus personagens e pelas fortes atuações de seu elenco.


Muito Bom!

João Vitor, 21 de Julho de 2016.

Crítica originalmente publicada no site Pipoca Radioativa: http://pipocaradioativa.com.br/

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